Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Recuperando a Competitividade Brasileira

21 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: apontando aspectos que precisam ser modificados, artigo no Estadão sobre dados da OECD, mas medidas objetivas, não basta a retórica

O primeiro passo para forçar a tomada de medidas para recuperar a competitividade brasileira na economia mundial são as publicações de dados comparativos como os divulgados por um artigo do Estadão, usando informações provenientes da OECD.

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Dados divulgados num artigo do Estadão

Todos sabem que o Brasil já foi mais competitivo no atual mundo globalizado, mas lamentavelmente a recente concentração na suposição de que a retórica pode melhorar a posição brasileira vem determinando um dispêndio de recursos vitais para atendimento das demandas dos políticos, abandonando as prioridades para a pesquisa, a educação, a saúde e a segurança pública. Parece prevalecer uma estratégia que, gastando as reservas acumuladas para eventuais dificuldades dos trabalhadores ou os recursos naturais que o país dispõe, estimulando a demanda, seria possível conseguir o aumento de sua eficiência e da produtividade. Para competir no mercado internacional que está cada vez mais aguerrido, com novos países como os do Sudeste Asiático ingressando na competição com os países chamados emergentes do qual fazia parte o Brasil.

O choque que a população brasileira pode tomar vendo as evidências de sua brutal redução da capacidade competitiva pode gerar a consciência de que algo está muito errado e necessita de profundas correções. O mundo vem utilizando a política cambial para estimular suas exportações e reduzir os gastos no exterior com as importações e os turismos que só beneficiam a parcela privilegiada dos brasileiros. Imaginar que o crescimento extensivo da agropecuária brasileira é suficiente para manter a sua competitividade é um dos enganos que necessitam ser corrigidos. Para que ela consiga manter de forma sustentável a sua contribuição estimulando os demais setores da economia, como as agroindústrias e os serviços, além de contribuir para a redução das pressões inflacionárias, há que se tomar medidas para aumento de sua eficiência e da produtividade. Para competir com outros países como os emergentes chineses e indianos, além dos outros que estão chegando com suas populações igualmente numerosas neste mercado mundial, como os indonésios e os filipinos, para citar os mais populosos, mas inclusive os mais empenhados como os vietnamitas. Para isto, os discursos não são suficientes, mas medidas duras de economia, como as pesquisas e redução dos dispêndios com os custeios das máquinas administrativas públicas.

O Brasil já esteve em situações melhores e tem todas as condições indispensáveis para recuperar a sua competitividade, com uma população qualificada que trouxe a contribuição de muitas imigrações. As pesquisas efetuadas por entidades como a Embrapa foram capazes de aumentar suas produções agropecuárias de forma competitiva, com novas produções como da soja, que ampliaram a oferta interna de rações para a produção de carnes bovinas, suínas e de aves que competiam até nos mercados asiáticos, no outro lado do mundo. Seu sistema logístico conseguia reduzir o impacto das distâncias e promover a industrialização de produtos como os exigidos pelos mercados mais sofisticados como do Japão.

É preciso que se amplie a consciência que o câmbio está sendo usado por todo o mundo para estimular suas exportações e importar equipamentos de elevada eficiência, bem como tecnologias que permitam superar as dificuldades climáticas com o uso de técnicas como as do vinil house. O mundo não está parado, mas, como este site vem insistindo, muitos aperfeiçoamentos continuam sendo introduzidos, inclusive com o uso da inteligência artificial. O Brasil tem todas as condições necessárias para acompanhar esta evolução e não necessita que os seus melhores recursos humanos migrem para outros países para contar com empregos que os remunerem de forma adequada, ao mesmo tempo em que contribuem para o desenvolvimento do país, tirando o máximo partido da ampla biodiversidade de que dispõem.