Charges da Dura Realidade
13 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: como parte da população vê os problemas existentes, críticas que evidenciam os problemas reais, não se pode perder o humor
As charges, como as apresentadas pela Folha de S.Paulo, podem ser duras para as autoridades que estão servindo de alvo, mas a liberdade de imprensa assegurada pela Constituição de 1988 é fundamental para a democracia brasileira.
Charge de autoria de Hubert apresentado na Folha de S.Paulo
Nem todos podem concordar totalmente com a opinião do chargista Hubert, mas para parte importante da população brasileira a obtenção do apoio parlamentar para derrubar as acusações que estão sendo apresentadas contra o presidente Michel Temer e membros da cúpula governamental aparenta ser compra obscena com a concessão dos favores políticos aos membros da Câmara dos Deputados.
As pesquisas de opinião pública indicam que o prestígio popular do presidente está em níveis extremamente baixos. Ainda que estas manobras políticas possam ser efetuadas, acaba restando um aspecto moral que seria desejável que fosse respeitado, ainda que se refiram aos méritos das questões, que estão sendo superadas sem o seu exame pelas formas políticas disponíveis. Não está sendo permitida a continuidade de suas investigações.
Tudo indica que a população gostaria que houvessem respostas adequadas do presidente e membros da cúpula do seu governo sobre os méritos e não as formas, pois há fortes indícios que as acusações não estão apresentadas acompanhadas de provas concretas que estejam ligadas a atos ilícitos. Mas fotos de malas de volumosos recursos pertencentes a um dos acusados são fortes informações que até agora não mereceram respostas adequadas da parte do governo.
Tudo indica que a Câmara dos Deputados não dará autorização para o prosseguimento das investigações durante o período restante do mandato do presidente Michel Temer. Depois dele deixar o governo, é possível que as investigações tenham prosseguimento. Tudo indica que a população preferiria que não houvesse esta concessão de favores aos deputados que decidirão estas questões nas próximas semanas. Até porque os arremedos das reformas e definições de pontos cruciais da política econômica independem das decisões que estejam sendo induzidas pelas atuais autoridades.