Bitcoin e Outras Criptomoedas
14 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: as moedas que possuem uma autoridade reguladora por trás, não dura para sempre, o caso do bitcoin e outras criptomoedas, os elevados riscos com a atual bolha
Confesso que sou muito conservador em questões financeiras e, mesmo as moedas que possuem uma autoridade monetária regulamentando-as, entendo que sempre existem grandes riscos de acentuadas variações. Quando, como o atual bitcoin ou outras criptomoedas, elas dependem somente da confiança dos que operam com as mesmas, parece-me que existem mais riscos que podem provocar bolhas como seus estouros, exigindo maiores cautelas para aqueles que especulam com elas.
Gráfico constante do artigo no Valor Econômico mostrando a acentuada valorização, que vale a pena ser lido na íntegra
Alguns artigos publicados por Fernando Torres no Valor Econômico mostram o quadro estranho em que as cotações destas criptomoedas apresentam valorizações assustadoras, sem uma razão aparente, que certamente caracterizam uma bolha que a qualquer momento apresenta a possibilidade de um estouro. Isto pode apresentar um risco semelhante ou mais grave do que ocorreu em 2007/2008 a partir do mercado imobiliário nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo.
Gráfico constante do artigo publicado no Valor Econômico, que mostra a importância do bitcoin entre as demais criptomoedas
O bitcoin é a criptomoeda mais conhecida que vem sendo operada no mundo, tendo estimulado o aparecimento de outras no mercado, sendo que sua cotação vem apresentando valorizações certamente exageradas neste ano.
Como sempre, os profissionais que atuam neste mercado de alto risco tomam suas cautelas, ficando com os simples investidores os benefícios secundários, com algumas defasagens, tanto nas altas como nas quedas que podem ser muito rápidas. Mesmo que teoricamente estas moedas possam evitar os riscos de intervenções incorretas das autoridades monetárias, quando dependem somente da confiança dos operadores, sem nenhum mecanismo de segurança, as possibilidades de quedas acentuadas e rápidas são elevadas, provocadas por fatores que afetam estas confianças, que podem ser das mais variadas origens. As mais comuns são decorrentes de problemas políticos aos quais o atual mundo globalizado está visivelmente sujeito.
Se estas criptomoedas não estão lastreadas em nenhum valor real da economia, como o produto nacional de um país e sua importância mundial, suas variações dependem somente das confianças que costumam ser muito voláteis. Com os meios eletrônicos hoje disponíveis, de velocidades astronômicas, os profissionais do mercado financeiro sabem como operá-los de forma a minimizar seus próprios riscos e tirar vantagens quando das altas nas cotações. O que não é usual para os operadores normais que sujeitam suas reservas a riscos elevados.