Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Difícil Limite das Informações

3 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: a imprensa engajada politicamente, as redes sociais e informações distorcidas, discussão ampliada pelo The Economist

clip_image002The Economist publica um artigo mostrando que já em 1962 o cientista político Bernard Crick, autor de “In Defense of Politics”, se preocupava com a disseminação de informações engajadas do ponto de vista político. Recentemente, com o reconhecimento do Facebook e outras poderosas redes sociais do tipo Google e Twitter, que disseminaram informações pagas provenientes da Rússia na última campanha eleitoral norte-americana sem explicitarem suas origens, amplia-se a discussão do papel da imprensa e assemelhadas nas suas responsabilidades. No fundo, a falta de uma leitura mais diversificada de diversas fontes e de forma mais profunda por parte dos eleitores, não os habilitam a julgamentos que estariam adequadas para suas preferências ideológicas.

É evidente que estas redes sociais devem ser condenadas pelo papel que desempenharam, mas é preciso considerar que muitos órgãos tradicionais de imprensa, que deveriam ser reconhecidas pelas suas opções ideológicas também disseminam subliminarmente ideias absorvidas por parte do eleitorado, pois não estão obrigadas a manter totalmente a sua isenção. Parece que o problema só pode ser resolvido pela leitura de todas as tendências, ainda que seja difícil que isto ocorra quando existem monopólios ou olipoligopólios com presenças desequilibradas na mídia nacional.

É evidente também que podem ocorrer efeitos diversos dos que são perseguidos por interessados, como as autoridades. Um exagero de presença na mídia, com massacrantes divulgações dos seus pontos de vista, pode gerar aversões por parte da opinião pública, que acaba percebendo a existência algo errado acobertado pelas autoridades.

Mesmo que em alguns países os meios de comunicação social sejam obrigadas a manter certo equilíbrio, todos sabem que do ponto de vista operacional isto é difícil de ser conseguido. Existem outros países considerados campeões da democracia que admitem que os grupos controladores de meios de comunicação têm o direito de tomar partidos nestas disputas eleitorais. Onde estaria a posição mais conveniente é difícil de ser julgado.

Tudo indica que o monopólio das informações conduz a riscos elevados, mas a aspiração da igualdade também pode ser questionada. No Ocidente, as conquistas obtidas historicamente pela França e pelos Estados Unidos acabaram prevalecendo, havendo uma condenação discutível de posições como as de Confúcio, influente na Ásia. Seriam pais e filhos detentores de igualdade de direito, professores e alunos, idosos e jovens e assim por diante. Parece que seria conveniente haver determinados limites. De outro lado, pobres e ricos teriam os mesmos poderes, diplomados em cursos superiores e os com educações mais simples, autoridades eleitas e seus eleitores, representantes e representados. Tudo indica que existem alguns privilégios discutíveis que deveriam ser regulamentados.