O Que Pode Ser Feito no Brasil Atual

6 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: necessidade de aumento da eficiência da economia, o que está sendo feito nos países emergentes que também enfrentam escassez de recursos, pesquisas e educação | 2 Comentários »

Muitos países emergentes do mundo atual como a China e a Índia, além de outros populosos como a Indonésia e as Filipinas, também enfrentam as escassezes de recursos para o seu desenvolvimento, assim como o Brasil. Mas procuram adotar estratégias para aumentar a eficiência de sua economia concentrando os poucos meios que dispõem nas pesquisas e na educação, contendo ao máximo as despesas de custeio governamentais, esforços que não estamos conseguindo efetuar.

Os investimentos efetuados na Embrapa ajudaram no aumento da eficiência da agropecuária brasileira que vem sustentando o desenvolvimento brasileiro e reduzindo as pressões inflacionárias

Todos sabem que a demanda de produtos agropecuários no mundo continua se elevando e o Brasil dispõe de condições para suprir este mercado que está melhorando, além de atender adequadamente a demanda interna. O corte dos recursos para estas pesquisas como as da Embrapa chega a ser criminoso, principalmente quando desviado para atender os aumentos das despesas de custeio da administração pública, que em nada contribui para a melhoria da economia brasileira.

No curto período de tempo que resta ao atual governo de Michel Temer não se pode acreditar que as diversas reformas pretendidas possam ser aprovadas, quando os interesses dos parlamentares estão concentrados nas condições para as suas reeleições. Entre alternativas, alongando um pouco o horizonte destes políticos, seria possível perceber que a melhoria do setor agropecuário com o aumento de sua produtividade depende não da ampliação da área cultivada, mas da eficiência decorrente das melhorias das técnicas agrícolas, com novas sementes mais produtivas como vem ocorrendo com os nossos principais concorrentes.

Este site vem alertando que centros de pesquisas e universidades estão merecendo a maior prioridade dos países emergentes, o que não vem acontecendo no Brasil. Sem uma visão mais ampla não há como manter a competitividade brasileira no mercado internacional.

Todos sabem que a máquina administrativa pública já está inchada de apadrinhados políticos, sem que haja nenhuma contribuição para a melhoria da produtividade da economia, até pelo contrário. O mesmo está acontecendo com a educação que procura dotar os recursos humanos com os novos conhecimentos que estão sendo desenvolvidos em todo o mundo, com o uso da Inteligência Artificial que aproveita o volume de conhecimentos que já existem. Há que se selecionar para os postos chaves da administração os recursos humanos mais qualificados, como está se tentando no mundo emergente.

Os políticos brasileiros poderiam ser preparados em escolas como existem em diversos países para darem uma visão ampla e adequada das necessidades de um país emergente como o Brasil. São muitos os bons exemplos de resultados expressivos que estão sendo colhidos pelos nossos concorrentes. Com um mínimo de esforço, pode-se constatar também em alguns períodos históricos da economia brasileira quando os resultados eram mais promissores, ao mesmo tempo em que se aperfeiçoava a nossa democracia nascente.

Ainda que num ritmo mais lento, o mundo está se recuperando e o Brasil tem todas as condições para se beneficiar deste cenário externo atual, mesmo que muitas confusões também estejam ocorrendo. Saber distinguir o que é conveniente para o nosso país, não parece uma tarefa muito difícil de ser executada, mesmo com todas as limitações a que estamos sofrendo, com custos mínimos para a sua efetivação.