Os Gigantescos Dilemas da Imprensa Mundial
14 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: a rapidez e volume das redes sociais, as informações superficiais algumas com viés, mudanças que estão ocorrendo no mundo, necessidade de trabalhos mais elaborados, possibilitado pela internet para a Google e Facebook
Um artigo constante do site do The Economist mostra o dilema em que estão envolvidos os editores, que desconfiam de informações como os fornecidos pelo Google e Facebook, mas precisam trabalhar também com elas.
Ilustração publicada no site do The Economist
Colocado em dúvida por muitos sobre algumas informações, tanto a Google como a Facebook nos últimos meses estão inserindo os logos para identificar as origens do que está sendo veiculado, para que os leitores possam saber de onde provém estas notícias. Algumas não são totalmente corretas, sendo “plantadas” por interessados, mas nem sempre há a possibilidade de que sejam adequadamente conferidas e ganhando viva própria acabam provocando estragos relâmpagos na opinião pública.
Na atual crise econômica, muitos veículos de comunicação social foram obrigados a cortar suas despesas, substituindo veteranos e experientes jornalistas pelos chamados “focas”, que mesmo bem intencionados não possuem ainda a experiência para avaliar adequadamente a qualidade das informações, notadamente a credibilidade das fontes.
Mas os bilhões de dados que acabam sendo divulgados nem sempre contam com a possibilidade de ser conferidos, muito menos nos contextos onde estão colocados. Muitas informações são “patrocinados” pelos interessados, mas são disfarçados como se fossem independentes. Os meios eletrônicos disponíveis permitem saber o que alguns leitores estão interessados, mais do que eles próprios, massacrando a população com dados que nem sempre correspondem à realidade.
Alguns veículos estão dando limites para o acesso à informação, para que os usuários não fiquem impressionados pela quantidade, procurando ressaltar a qualidade e sua importância. Existem grupos de jornalistas mais preocupados que estão interessados na melhoria das qualidades das informações, procurando se agrupar para tanto. Mas muitos veículos estão mais interessados nas velocidades do que na importância de uma análise mais profunda, que permita uma avaliação mais completa do quadro em que algumas coisas acontecem.
Há questões que mesmo com a sua importância relativa acabam virando “moda”, sendo intensamente veiculados, dando uma impressão errônea para os leitores. Este site vem chamando a atenção, por exemplo, sobre a quantidade de espaço dado para a gastronomia na televisão, que não parece o instrumento mais adequado para tanto, por não podem transmitir o cheiro e o paladar aos que assistem tais programas que são importantes no caso.
Algo semelhante parece acontecer no campo político. Com a desmoralização dos políticos tradicionais, identifica-se que o povo gostaria de contar com novos quadros. Assim, proliferam alguns “Tiriricas” que estimulam as audiências, ainda que não estejam preparados e contando com quadros para os auxiliarem no exercício de funções públicas.
Alguns dirigentes enfatizam a importância de aparecerem nos veículos de comunicação, ainda que estejam falando “abobrinhas”, sem nenhuma importância para a população ou para o país. Como o povo não é ignorante como pensam estes políticos, ainda que tenham a aparência de uma ascensão do seu prestígio, em pouco tempo desaparecem do cenário nacional. Isto acontece também em nível mundial, lamentavelmente.