Incertezas que Dominam o Futuro do Brasil
15 de dezembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: avaliações de Claudia Safatle do Valor Econômico, baseadas no quadro apresentado de Ministério da Fazenda, questões mais complexas | 6 Comentários »
Uma avaliação da competente diretora-adjunta da redação do Valor Econômico que está baseada em Brasília, em grande parte apoiada no quadro apresentado pelo secretário de política econômica do Ministério da Fazenda para 2018, reflete sua visão do Brasil de 2018 de que tudo dependerá do candidato à Presidência da República que vencer as eleições previstas para outubro próximo.
Gráfico publicado no artigo do Valor Econômico
Mais do que natural que o quadro seja conveniente para o atual ministro da Fazenda que cogita se candidatar à Presidência da República. Mas é possível também considerar que este quadro pode ser mais complexo, tanto pela falta de partidos que agreguem membros com ideologias semelhantes bem como um sistema eleitoral que facilite a constituição de uma maioria no Legislativo que não deixe o Executivo num regime semelhante a um Parlamentarismo/Presidencialismo de ocasião como o atual. Ao mesmo tempo parece indispensável que o Brasil consiga considerar todos os seus problemas de desenvolvimento num prazo mais longo, onde os gastos para o custeio e os investimentos do governo estejam ajustados às disponibilidades dos recursos. Vivendo da mão para a boca, parece difícil conciliar os gastos indispensáveis com as arrecadações tributárias possíveis.
Tudo indica que o Brasil, contando com uma ampla disponibilidade de recursos naturais, não foi obrigado a criar o hábito da poupança de parte de sua produção para os períodos mais adversos, como aconteceu, como mero exemplo, com os povos que viviam nos Andes com limitadas disponibilidades de terras agriculturáveis. Eles foram capazes de produzir alimentos para seu consumo e até os fundamentais que ajudaram a superar os problemas da fome na Europa, com as transposições de alimentos como a batata e o milho e mais recentemente quinua e lichia, alimentos saudáveis que passaram a ser utilizados em grande parte do mundo e já existiam quando os colonizadores espanhóis chegaram à América Latina. Isto não aconteceu na mesma escala no Brasil.
Um político brasileiro de expressão afirmava que a Baixada Maranhense fornecia o pato vindo pela migração anual do Canadá, bastando caçá-lo para ajudar na alimentação. O babaçu completava a sua dieta, não havendo por que trabalhar muito para a sua sobrevivência. Outros povos que habitam regiões de invernos rigorosos precisam reservar parte de suas produções no outono para se alimentar na próxima estação, ajudando a criar o hábito da poupança.
Parece que os desafios enfrentados pelos povos acabam aperfeiçoando seus hábitos de vida. Com as repetições de crises no Brasil, é possível que os brasileiros passem a considerar que precisam pensar num prazo mais longo para a sua sobrevivência e de sua família, bem como coletivamente, da sociedade em que vivem. Num horizonte mais amplo, pode ser que aprendamos a superar as nossas dificuldades.
Além do clima favorecer a produção de diversos cultivares ao longo do ano inteiro, a menor incidência de conflitos bélicos no século passado em comparação à Europa e aos países asiáticos banhados pelo Oceano Pacífico também levou a um relativo comodismo no tocante à segurança alimentar. Chega a soar irônico que num país como o nosso, que depende muito da agricultura, não se faça praticamente nada para minimizar perdas durante o transporte, principalmente no caso das safras de grãos.
Caro Daniel Girald,
Obrigado pela sua opinião. Realmente existem possibilidades de melhorias sensíveis nos escoamentos das safras.
Paulo Yokota
YOKOTA, basta o PT voltar a comandar o nosso país para que o povo fique feliz. Lula e Dilma mostraram que é possível governar com ética, honestidade e competência.
Cara Simone Aparecida,
Cada um tem sua preferência politica, mas nas democracias é preciso vencer as eleições.
Paulo Yokota
Me parece muito pouco provável que o PT volte a eleger um presidente, principalmente se o ex-ministro Antônio Palocci apresentar as provas que alega ter sobre o auxílio do ditador líbio Muamar Kadafi no financiamento de campanhas eleitorais, fato que pode levar até à cassação do registro do partido.
Caro Daniel Girald,
Em política cada um tem a sua opinião.
Paulo Yokota