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Esperanças na Educação Brasileira

2 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: empenho de um professor que está se formando em medicina, mudanças em toda a escola atraindo até alunos de escolas particulares, o caso de uma escola pública pobre no interior de Sergipe

clip_image002Paulo Saldaña e Marlene Bergamo publicam na Folha de S.Paulo o caso de uma escola pública pobre no interior de Sergipe que está conseguindo resultados excepcionais no ENEM. A façanha foi provocada pelo professor Lucivaldo Nascimento (foto),  que é aluno e está se diplomando em medicina a Universidade Federal de Sergipe e continua dando suas aulas na escola estadual Dr. Milton Dortas, em Simão Dias, a cerca de 100 quilômetros da Capital.

Os jornalistas da Folha de S.Paulo que foram enviados para Simão Dias constatam que a escola estadual está conseguindo bons resultados para seus alunos no ENEM. Tudo começou com Lucivaldo Nascimento que apresentou o desafio de que ele estaria fazendo também o exame para medicina no ENEM aos 30 alunos que, aceitando a proposta, também frequentavam as aulas de reforço aos sábados. Dois deles, além do próprio professor, obtiveram sucesso. Hoje, alunos de escolas particulares estão se transferindo para esta escola pública diante destes resultados.

No ENEM de 2016, esta escola obteve o melhor resultado entre as outras com o mesmo perfil. Em 2017, 58 alunos conseguiram vagas na federal de Sergipe. Os resultados estão sendo repetido por três anos. Segundo a diretora, Daniela Silva, 31 anos, se conseguiu uma nova postura do trabalho pedagógico, com aulas planejadas desde o início do ano, voltadas para o ENEM e para a vida. Há aulas de reforço aos sábados, havendo também projetos em música, dança e esportes.

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Dados constantes do artigo na Folha de S.Paulo que deve ser lido na íntegra para uma avaliação adequada

Ainda que o paralelo seja inadequado devido ao tempo e às circunstâncias, logo depois da Segunda Guerra Mundial as escolas de tinham sido de origem japonesa passaram a ter a autorização oficial para darem cursos primários no Brasil, mas os exames finais tinham que ser feitos nas escolas públicas. No quarto ano do primário, havia aulas aos domingos, integralmente, para que os alunos com algumas dificuldades fossem esclarecidos nas suas dúvidas. O que se pode concluir é que estas recuperações deveriam fazer parte das rotinas normais de todos os cursos, mostrando o valor dado à educação.

O artigo refere-se às dificuldades da região onde está a escola. No meio rural, muitos dos pais dos alunos não contaram com oportunidades e chegam até a ser analfabetos. Esta é uma dura realidade que se encontra em diversas partes pobres do país, inclusive nas periferias das grandes metrópoles. Quem teve a oportunidade de conhecer muitas regiões pioneiras do Brasil sabe que existem localidades onde são os professores os que mal sabem escrever seus nomes.

Mas é fácil notar que a educação é um dos poucos meios para a mudança substancial deste país, que não se resume em obter bons resultados no ENEM. Acaba dando oportunidade para aqueles que anseiam a ascensão social que, de outra forma, não teriam oportunidades. Os alunos das famílias carentes se agarram a todas as possibilidades, diferindo em muito daqueles que já gozam dos privilégios de suas classes econômicas.

Ainda que sejam em número menor do que desejado, todos conhecem exemplos daqueles que superaram suas limitações passando a se destacar no país, mesmo com origens humildes. Há que se estimular a educação, dando a máxima prioridade para as alocações dos recursos, pois parece ser um dos poucos meios para recolocar o país na rota de dias melhores.