O Brasil em Davos
29 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Notícias | Tags: comparações internacionais, interesse brasileiro, mas limitados internacionalmente, uma expectativa exagerada
Exagerou-se na divulgação interna sobre a importância da presença do Brasil em Davos, quando os analistas mais experientes sabem que, infelizmente, o País não consta mais da pauta internacional a ponto de atrair as atenções com o início, ainda modesto, da sua recuperação econômica, abaixo do que está acontecendo no mundo, mesmo entre os países emergentes.
Presidente Michel Temer falando em Davos
A grande comitiva que acompanhou o presidente, ministros e empresários, somente participava manifestando-se nas reuniões paralelas e secundárias, com audiência mínima. A presença na reunião na qual falou Michel Temer não lotou a plateia, quando o indiano Narendra Modi atraía filas de interessados, como um contraponto aos norte-americanos. A estrela maior do evento era o presidente Donald Trump, que manifestou previamente uma posição nacionalista e deixou uma nova abertura para a globalização que fosse de interesse dos Estados Unidos, diante das reações que vem sofrendo.
Todos sabem que a Índia e a China continuam no topo do crescimento mundial, estimulando seus parceiros no mundo, ainda que tenham seus problemas. O mundo desenvolvido está se recuperando mais rapidamente do que esperado e os Estados Unidos, com a redução da tributação sobre as empresas, voltam a provocar o retorno de capitais que operavam no exterior.
Lamentavelmente, o Brasil e a América do Sul continuam abaixo da média, aumentando a distância com seus concorrentes internacionais. Tudo indica que se o Brasil não fizer uma lição de casa mais profunda e séria, inclusive no campo político, não continuará atraindo investimentos que criam empregos de forma significativa.
Não se devem menosprezar os ratings dados para o Brasil pelas empresas especializadas, Há que procurar formas de resolver os problemas brasileiros com os recursos disponíveis, sem a exagerada importância para a maioria no Legislativo.