Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Pesquisa Provocando Inovações Tecnológicas

5 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: necessidade de inovações tecnológicas decorrentes das pesquisas, o atraso da indústria brasileira, o caso da energia solar substituindo o silício pela perovskita sugerida pelo The Economist

A indústria no mundo está passando pelo denominado 4.0 enquanto a brasileira parece estar estagnada, como constada pela CNI em 50% das empresas nacionais. Sem pesquisas que provoquem inovações, como a substituição do silício pelo mais eficiente perovskita na captação da energia solar, corremos o risco de ficar defasado e não competitivo no mundo atual.

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Ilustração constante sobre mudanças na captação da energia solar, constante do artigo no The Economist

Ainda que haja uma grande torcida para que a economia brasileira se recupere concretamente, com o corte dos recursos destinados à pesquisa que gere inovações tecnológicas, a indústria brasileira corre o risco de se tornar obsoleta e não ter condições de competitividade com o resto do mundo. O verdadeiro desenvolvimento não se faz com discursos, mas trabalhos sérios que demandam muito tempo com estudos para superar as dificuldades que vão surgindo.

O professor Delfim Netto vem apresentando suas observações sobre o que está ocorrendo no Brasil, não somente com a indústria como os serviços que apresentam grande dinamismo no exterior. O mundo asiático vem investindo em pesquisas que, além de provocar inovações, apresentam novas oportunidades para as indústrias e serviços tanto para atender seus mercados internos que são gigantescos como as possibilidades da economia globalizada, principalmente com o uso da Inteligência Artificial.

A revista The Economist chama atenção sobre as inovações na captação de energia solar que utiliza até agora o silício. O denominado como perovskita, conhecido desde 1839, composto de cálcio, titânio e oxigênio, ganhou novo impulso a partir de 2006 com os trabalhos de Tsutomu Miyasaka, da Universidade de Toin, que mostraram que este produto pode ser utilizado com maior eficiência que o silício num novo tipo de célula solar.

Começando com uma eficiência superior de 10%, já se chegou a 22% com custos mais baixos, havendo possibilidade de que venha a se generalizar no futuro próximo na captação da energia solar, chegando a cerca de 36% de vantagem. As pesquisas procuram superar as dificuldades ainda existentes para tanto, inclusive utilizando materiais mais práticos, como filmes. O que é possível em escala mais modesta nos laboratórios nem sempre se confirma em grandes escalas industriais.

Instituições de pesquisas estão atuando em diversos países como a Oxford Photovoltaics, que pretende aplicar na Alemanha em escala industrial. Outros materiais também estão sendo utilizados para estas possibilidades, permitindo ser aproveitados em edifícios e suas paredes para captação de uso local.

A Universidade de Cambridge está acompanhando este processo com outros materiais baratos e flexíveis. Também os chineses estão conseguindo sensíveis reduções nos seus sistemas de energia solar, com a escala com que estão trabalhando. Parece que ninguém está parado, conseguindo constantes aperfeiçoamentos.