Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Agricultura Chinesa e a Alimentação de sua População

8 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: pesquisas para o aumento de sua produtividade da rizicultura, redução da importação de soja do exterior, substituição da produção de milho

clip_image002Dois artigos publicados no Nikkei Asian Review mostram como os chineses estão superando suas dificuldades para o abastecimento de alimentos para o seu povo, ampliando as pesquisas para o aumento da produtividade do arroz e substituindo as importações de soja pelo excesso de milho que produzem.

Yuan Longping, pesquisador de 87 anos da Academia Chinesa de Engenharia chegou à produção de 17,2 toneladas de arroz por hectare, o mais alto do mundo. Foto publicada no Nikkei Asian Review.

Esta produtividade é três vezes maior do que a média japonesa e superior à australiana, de 10 toneladas por hectare, o que vem sendo conseguido por uma variedade híbrida eficiente chamada Xiang Liangyou 900, mecanização e fertilização adequada, além da preocupação com a segurança alimentar que procura reduzir a utilização de fertilizantes e defensivos químicos. Isto leva à possibilidade da China aumentar a sua produção, não dependendo da importação do exterior.

Todos sabem que o arroz é o principal alimento dos asiáticos, mas também existem preocupações com a soja e o milho. Para reduzir a importação de soja, que representa 90% do seu consumo, o governo está incentivando sua substituição pela produção de milho, cujo estoque está em 250 milhões de toneladas, muito elevado, para ser reduzido a 140 milhões.

Isto tende a afetar o Brasil que é o segundo exportador de soja para a China, seguindo os Estados Unidos, pois, além da quantidade, tende a afetar os preços internacionais. O que vem se demonstrando é que a pesquisa promove quase um milagre de aumento da produtividade, caminho que o Brasil vinha mantendo com a Embrapa, que hoje sofre fortes cortes nas verbas, além da aposentadoria dos seus principais pesquisadores.

As pesquisas chinesas para se chegar a este resultado tiveram trabalhos incansáveis que se estendem por mais de 50 anos.