Descoberta de uma Gigantesca Cidade Maia na Guatemala
5 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: cientistas empregaram alta tecnologia para observarem o que estava debaixo das florestas, estimativa de que a área comportava cerca de 10 milhões de habitantes, estruturas complexas inclusive para irrigação
Uma das mais impressionantes descobertas arqueológicas está confirmada com cientistas de diversos países trabalhando em conjunto usando alta tecnologia para observar o que estava debaixo de uma floresta na Guatemala, uma grande cidade Maia.
O que está sob uma densa floresta na região de El Petén, na Guatemala, detectado usando uma técnica de mapeamento chamado Lidar, que permite observar o que está no atual subsolo.
Arqueólogos guatemaltecos, norte-americanos e europeus, reunidos na Guatemala’s Mayan Hegitage and Nature Foundation, empregaram uma técnica de mapeamento chamado Lidar (Light Detection and Ranging), que permite observar o subsolo de uma densa floresta, onde foram detectados milhares de estruturas de uma cidade bem como seus arredores, estimando-se que poderiam comportar cerca de 10 milhões de habitantes. Com o uso de aeronaves, foram escaneadas 2.100 km², não se exigindo escavações cuidadosas e demoradas como na Arqueologia do passado.
Uma nota foi distribuída pela Associated Press e publicada em diversos jornais internacionais, inclusive O Globo, no Brasil. O The Guardian reservou muito espaço e trabalho para esta divulgação, que vale a pena ser lido na íntegra. Foram detectados pirâmides, casas, edifícios, obras para ajudar a exploração agrícola como canais de irrigação e fortificações. Segundo o professor de Antropologia da Universidade de Tulane, dos Estados Unidos, Marcelo A. Canuto, haveria duas ou três vezes mais habitantes do que se supunha inicialmente, podendo chegar a 10 milhões de pessoas. 95% das terras disponíveis estavam sendo exploradas, observou o professor assistente da mesma universidade, Francisco Estrada-Belli.
Esta cultura maia floresceu entre 1.000 anos a.C. até 900 d.C. e muitos dos seus descendentes ainda vivem na região. Foram detectadas cerca de 60 mil estruturas individuais, incluindo centros e praças de cerimoniais maias, inclusive pirâmides e uma fortificação de quilômetros com fosso.
Havia intervenção governamental, segundo Thomas Garrison, professor assistente de Antropologia da Ithaca College, em Nova York, para a construção de grandes canais para desviar as águas para a irrigação. Sem o Lidar não havia como trabalhar na intensa floresta da região.
Esta descoberta pode ser importante para o Brasil, que já constatou alguns grandes aglomerados de população na região de Rondônia, mesmo na Amazônia. Técnicas semelhantes poderiam ser adotadas para trabalhos de arqueologia de grande escala. As culturas mais avançadas estavam nas montanhas, como os maias, incas e outros povos.
Está previsto que o National Geographic apresente um programa especial sobre o assunto estreando em 11 de fevereiro próximo. As autoridades guatemaltecas estão eufóricas, pois está se comprovando que, com relação aos maias, eles poderiam ter o centro na Guatemala, estimulando o turismo para aquele país.