Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ironia da Aceleração da Venda de Ativos da Petrobras

8 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, entendimento com a TCU para acelerar a venda de ativos da Petrobras, o acordo de Paris para redução da produção de combustíveis poluentes

Um artigo de Cristiano Romero publicado no Valor Econômico informa que num entendimento estabelecido entre o Tribunal de Contas da União com a Petrobras procura-se uma nova sistematização para a venda de ativos daquele estatal brasileira. O produto das vendas seria destinado à redução das pesadas dívidas que apresentam uma alavancagem de 3,2 vezes, ou seja, a dívida é 3,2 vezes maior que a geração de caixa daquela empresa e se procura reduzir a 2,5 vezes até dezembro deste ano.

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Muitas das reservas do pré-sal devem ser privatizadas, visando a redução do pesado endividamento da Petrobras

Como o Brasil não dispõe de recursos para acelerar a exploração das reservas já localizadas, o processo de licitação das mesmas para empresas multinacionais deverá ser acelerado, o que está se tentando num acordo com o Tribunal de Contas da União, que sempre aumenta se exigências burocráticas. Ainda que muitas das privatizações possam contribuir com a produção de gás natural bem como o seu transporte, não aumentando a poluição na atmosfera, o petróleo que não for destinado à produção mais nobre da petroquímica acabará sendo utilizado como combustível, aumentando o lançamento de poluentes na atmosfera. Como o Brasil está comprometido com o Acordo de Paris, deve contribuir com a redução do lançamento destes poluentes até 2040, o que é seguramente uma ironia com o aumento da produção mesmo das multinacionais.

Os interesses das empresas de petróleo no mundo são astronômicos, dando poucas esperanças que o uso do petróleo como combustível poluente acabe se reduzindo, mesmo com o aumento de energias não poluentes como a solar e a eólica. Um grande esforço teria que ser feito, como a mistura com o etanol para reduzir os seus danos, além de aperfeiçoamento dos veículos que usam estes combustíveis. O gás, com o devido cuidado, também pode reduzir estes danos, mas seria desejável que condições fossem impostas para seus usos. No entanto, o interesse da Petrobras está somente voltado para a redução do seu endividamento, não importando a qual custo para os brasileiros e ao mundo.

Apesar do evidente aumento do aquecimento global com elevação das irregularidades climáticas, inclusive com nevascas intensas, até Donald Trump graceja afirmando a necessidade do aquecimento. O que acabará exigindo providência para a minimização dos efeitos da elevação do nível do mar e defesas com as fortes irregularidades climáticas, para ser mais pragmático, lamentavelmente.