Parte do Governo Donald Trump se Preocupa Com o Clima
22 de fevereiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: aspectos segundo o The Economist que já afetam os Estados Unidos, os problemas climáticos e as elevações do nível do mar, secas e inundações
O The Economist do próximo fim de semana traz uma longa matéria mostrando que os Estados Unidos já estão sendo afetados pelos problemas climáticos, que atingem inclusive a sua segurança nacional. Muitas embarcações relevantes para a sua segurança já estão encontrando dificuldades com a elevação do nível do mar, notadamente na costa leste, como em Norfolk, na Virgínia.
Muitas embarcações estratégicas para a defesa nacional dos Estados Unidos estão em Norfolk, na Virgínia, que nos 100 anos desde a sua construção elevou em meio metro o nível do mar. Foto constante do artigo no The Economist que merece ser lido na íntegra
Lá estão sediados cruzadores com mísseis, submarinos nucleares e dois porta-aviões Nimitz, de 333 metros, fundamentais para a defesa dos Estados Unidos. Um grande furação provavelmente inundaria muito deste porto que fica próximo a Washington e isto já vem ocorrendo na costa leste dos Estados Unidos, cada vez com maior frequência.
O Departamento de Defesa daquele país descobriu que dos 3.500 locais críticos relacionados com o clima, mais da metade estão sujeitos aos problemas de secas e inundações, além das ondas de calor.
Mapa dos Estados Unidos com os locais sujeitos a riscos climáticos, com destaque para Norfolk, na Virgínia, publicado no artigo do The Economist
A avaliação nacional do clima do governo dos Estados Unidos enviada em novembro do ano passado ao Congresso mostra que o nível dos mares está se elevando duas vezes mais rápido do que a 25 anos atrás. Estima-se que em torno do ano de 2.100 metade da área terrestre em torno de Norfolk estaria perdida se as águas se elevarem em dois metros.
Também no exterior, como nas ilhas Marshal, os Estados Unidos fizeram investimentos de US$ 1 bilhão para proteger os aliados com armas nucleares, que estarão debaixo das águas. O mesmo acontece em outros pontos, como no Oceano Índico e no Golfo Pérsico.
Metade da administração pública norte-americana defende a posição de Donald Trump sobre o acordo de Paris, mas a outra metade revela suas preocupações com o que está acontecendo. Na medida em que a temperatura global se eleva com o uso do carvão, por exemplo, a segurança militar aumenta seus riscos. Embarcações que estavam na Ásia tiveram que voltar para o Caribe em função dos furacões. Também nos confrontos com a Rússia, pontos estratégicos estão sendo afetados.
Até Donald Trump está recomendando estudos sobre o assunto das mudanças climáticas para ser verificado no Conselho de Segurança Nacional. Mas as mudanças são difíceis, pois Barack Obama tinha enfatizado este problema e o atual governo vem adotando uma posição de confronto com o assumido no passado. Será indispensável um tempo para estas alterações, segundo analistas credenciados.
Mas as preocupações dentro da enorme máquina de defesa dos Estados Unidos estão crescendo e medidas estão sendo tomadas, em pequena escala, para corrigir problemas que já se tornaram urgentes. Como todos os militares, existe um respeito ao comandante em chefe do momento, mas seus assessores também começam a ser afetados.