Alarmante Redução dos Corais no Mundo
21 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Ecologia, Editoriais e Notícias | Tags: a questão no Brasil, artigo no site do The Economist, problemas na Ásia, redução para metade do que existia há 40 anos
É alarmante o ritmo em que os corais no mundo estão sendo reduzidos nas últimas décadas, havendo muitas razões, além da poluição nos mares e o aquecimento das águas. O assunto foi tratado num artigo publicado no site do The Economist, mas exige também cuidados no Brasil, onde, na foz do Amazonas, as explorações petrolíferas podem comprometer os corais locais.
Os corais que encantavam os mares da Austrália já foram reduzidos a um terço do que era a poucos anos passados. Foto constante do artigo publicado no The Economist
O artigo que consta do site do The Economist informa que na Ásia um quinto dos corais do mundo morreu nos últimos três anos. Os especialistas informam que metade dos corais do mundo desapareceu nos últimos 40 anos. Este ritmo só pode ser considerado alarmante, exigindo medidas difíceis de serem implantadas para atrasar um pouco este desastre mundial, que vai reduzir também a produção de frutos do mar da qual os seres humanos necessitam para uma alimentação sadia.
Os corais são animais vivos. São aglomerados de invertebrados chamados pólipos, que podem ter alguns milímetros e vários centímetros de largura. O lixo está prejudicando os corais, na medida em que reduz a luz solar. Os plásticos espalham bactérias nocivas e um estudo efetuado pela revista científica Science publicado neste ano relata que nove entre dez corais foram observados com problemas desta natureza. O lodo das construções afeta a linha costeira e sufoca o coral. A pesca provoca a disseminação de algas carnudas nos esgotos, que expulsam os corais. O mais dramático é que o aumento da temperatura das águas torna os corais mais vulneráveis a vírus, prejudicando os principais alimentos que são microalgas, provocando o seu branqueamento. O dióxido de carbono aumenta a acidez das águas, dificultando os corais de gerarem o carbonato de cálcio, que necessita para suas estruturas ósseas. Certamente, é um quadro alarmante, do qual poucos têm uma noção da gravidade.
Sem as barreiras dos corais, os recifes costeiros sofrem mais com as irregularidades climáticas, não sendo capazes de evitar inundações. As soluções ainda existentes são precárias e não chegam à escala desejável. Toda a ajuda é urgente e indispensável.
No Brasil, existem os que estão preocupados com as perspectivas da Foz do Amazonas, onde os corais existentes podem ser afetados pelas explorações petrolíferas cogitadas. Suas poluições, além das que já estão sendo provocadas pela mineração, podem eliminar em pouco tempo estes corais, alterando todo o quadro de equilíbrio ainda existente, sujeitando uma parte importante da Amazônia a inundações decorrentes de tufões, como já ocorrem nas Caraíbas e na ampla região do Golfo do México.
Todos os brasileiros que contam com uma rica costa de mais de sete mil quilômetros precisam se preocupar com estes problemas, que já afetam algumas ilhas que possuímos no Atlântico. Pode prejudicar a alimentação de todos os frutos do mar, considerados dos mais saudáveis para a saúde humana.