Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Despesas Chinesas Com a Segurança Interna

14 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: além das preocupações com o poder militar, possibilidades de dissidências internas, volumes crescentes com gastos internos

Um artigo de CK Tan, publicado no site do Nikkei Asian Review, informa que a China está gastando mais com a segurança interna, apesar do poder hoje concentrado por Xi Jinping, que obteve um status equivalente ao de Mao Tsetung.

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Gráfico dos gastos per capita com a segurança interna na China publicado no artigo no site do Nikkei Asian Review

O artigo menciona que a China vem aumentando seus gastos com a segurança externa, diante das possibilidades de confrontos com a Índia, os Estados Unidos, o Japão e outros países. Mas está gastando mais na segurança interna, principalmente nas regiões como Tibet e Xinjiang, onde pode contar com dissidentes ao atual governo.

Informa-se que os dados são provenientes de Adrian Zeng, que pesquisa a política chinesa com relação ao Tibet e Xinjiang na Escola Europeia de Cultura e Tecnologia em Korntal, na Alemanha. O total seria 19% acima do que os Estados Unidos e a China gastam com a defesa externa, o que não parece desprezível.

Na região autônoma de Uyghur, em Xinjiang, teria aumentado 92,8% em 2017 com relação ao ano anterior. O premiê Li Keqiang referiu-se ao assunto no Congresso Nacional do Povo. Mas, também, os gastos estão aumentando em Beijing, Xangai e Guangdong, mostrando que as preocupações ocorrem em toda a China.

Muitos jornalistas que visitam as áreas consideradas críticas estão constatando que as medidas de segurança estão se tornando mais rígidas, com o aumento de câmeras que reconhecem as pessoas pelas suas fisionomias, bem como observação de tudo que circula em matéria de informações pelos meios possíveis.

Os dissidentes chineses acabam sendo concentrados em regiões como Hong Kong e Taipé, que ainda são considerados relativamente mais independentes, mas as grandes empresas e seus empresários também são cuidadosamente acompanhados, inclusive nas suas atividades no exterior.

Sabe-se que no passado até Xi Jinping recebeu suporte na sua carreira de chineses que atuavam principalmente na Indonésia.