Pesca do Bacalhau Teria Levado os Vikings à América
12 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: artigo superficial sobre o bacalhau, histórias possíveis de séculos passados, versões diferentes
Um artigo de João Lara Mesquita, elaborado há meses, está postado no site do Estadão com diversas informações controvertidas sobre o bacalhau, entre elas a de que os vikings estiveram na atual América do Norte, vindo da Groelândia atrás da pesca do bacalhau entre os séculos VIII e XI. Nada é tão controvertido como algumas versões consagradas pela história.
Mapa constante do artigo publicado no site do Estadão
Existem diversas versões sobre o bacalhau no passado, sendo que este artigo está fortemente baseado no livro de Mark Kurlansky, “Bacalhau – A história do peixe que mudou o mundo”, traduzido para o português pela Editora Nova Fronteira. Até agora, a versão mais plausível é que navegantes europeus levavam produtos para a Escandinávia e no retorno traziam o bacalhau salgado, que era de consumo popular. No artigo mencionado, isto é atribuído aos bascos, mas também há menções aos franceses que partiam de Marselha.
Menciona-se que os bascos dominavam a conservação com o sal dos então abundantes bacalhaus, havendo preocupações até históricas sobre a sua extinção, que se renova mais recentemente. No entanto, o bacalhau é intensamente consumido na sua versão salgada no Brasil, o que já não ocorre nem em Portugal.
O artigo menciona diversos navegadores europeus que, por variadas razões, viajaram pelo Atlântico Norte, mas não parece que o bacalhau tenha exercido um papel relevante neste comércio, pois não era considerado um produto de alto valor. As baleias eram bastante caçadas não só pelo consumo de sua carne, como das gorduras que ajudavam nas construções coloniais.
Ainda que o artigo não tenha pretensões históricas, acaba sendo um apanhado de diversos aspectos interessantes com algum fundamento. Quanto à preocupação com a sua extinção na forma selvagem no mar, outras espécies de peixes também enfrentam o aumento dos consumos, exigindo a criação em fazendas marítimas, onde as tecnologias vêm avançando de forma significativa.