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Preocupações Com os Bancos Paralelos no Brasil

6 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: ampliação recente das operações dos bancos paralelos no Brasil, o caso dos projetos de Eike Batista mesmo com os bancos, riscos de problemas sistêmicos

clip_image002Uma matéria elaborada por Assis Moreira foi publicada no Valor Econômico, com base no relatório recente do Conselho de Estabilidade Financeira, que é conhecido pela sigla em inglês FSB.

Eike Batista que causou pesados prejuízos aos bancos com seu projeto mirabolante

No Brasil, já tivemos um exemplo bancário em que o grupo comandado por Eike Bastista causou um pesado prejuízo a muitos bancos que, mesmo conservadores, acreditavam que o projeto tivesse sido avaliado por entidades oficiais credenciadas como o BNDES. Quando as operações dos bancos de sombra não se resguardam mesmo dos cuidados tomados pelos bancos, como advertido pelo FSB, o risco de um problema sistêmico acaba sendo elevado.

Informa-se que o montante das operações restritas efetuadas no Brasil em 2016 tenha chegado a US$ 761,8 bilhões e, em conceito amplo, a cerca de US$ 1,289 trilhão, que são cifras respeitáveis, mostrando que estas operações não contam com os cuidados exigidos pelo Banco Central do Brasil. Mesmo que diante das operações bancárias ainda seja um percentual modesto, sem os cuidados exigidos dos estabelecimentos bancários são riscos que não podem ser desprezados, podendo levar muitos operadores à bancarrota. O problema parece não estar merecendo a discussão que deveria esclarecer a todos com o devido cuidado.

O que impressiona é que, em 2016, estas operações em sentido restrito teriam crescidos em 20% e, no sentido amplo, em 40% com relação ao ano anterior. Quando se tratam dos bancos, além dos cuidados exigidos pelo Banco Central do Brasil, os empréstimos são discutidos, bem ou mal, por comitês de crédito que se espera tenham avaliados os riscos com os devidos cuidados.

Com a easing monetary policy que se seguiu aos problemas mundiais de 2007/2008, os créditos disponíveis passaram a ser elevados no mundo e sempre que estas abundâncias são superiores às demandas normais, os riscos tendem a subir. Já temos problemas demais para também correr estes riscos, sabendo que as instituições brasileiras não são das mais rígidas no mundo.