A Surpresa na Pesquisa da Datafolha
17 de abril de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a pesquisa qualitativa divulgada no Valor Econômico, atrás de Bolsonaro e Marina, sem Lula Joaquim Barbosa aparece em terceiro lugar | 2 Comentários »
A novidade que apareceu na pesquisa de opinião efetuada pela Datafolha sobre a ainda prematura situação dos potenciais candidatos à Presidência da República nas eleições de outubro é a terceira posição de Joaquim Barbosa, depois de Bolsonaro e Marina. Na pesquisa qualitativa efetuada pela Ideia Big Data, há indícios que ele reúne, principalmente para os eleitores das classes C, D e E, as qualidades de Moro e Lula.
Ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa se inscreveu no PSB, não tendo sido confirmado como candidato à Presidência da República e só tem trabalhado nos entendimentos preliminares, sem falar muito em público ou à imprensa
Outros candidatos potenciais como Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Michel Temer, Henrique Meirelles, Rodrigo Maia, Álvaro Dias, Fernando Haddad e Jacques Wagner, que militam na política partidária há muito mais tempo, foram superados por Joaquim Barbosa. Os estudos qualitativos, que não podem ser desprezados, indicam que parte da população veem em Joaquim Barbosa atributos como de combate à corrupção, o que no momento é atribuído a Sergio Moro, e a qualidade de ter nascido num ambiente modesto e ter chegado a postos relevantes como Lula da Silva. O artigo sobre o assunto, publicado por Ricardo Mendonça no Valor Econômico, traz informações que devem ser considerados com o devido cuidado, valendo a pena ser lido na íntegra.
Nas eleições anteriores, estas análises qualitativas bastante utilizadas no exterior receberam indicações relevantes para os especialistas nos estudos das tendências dos eleitores nas eleições. Evidentemente, muitos analistas apontam que Joaquim Barbosa não conta com apreciáveis experiências políticas e nem quadro de auxiliares para compor um governo. No entanto, Collor de Melo, que não era tido como um forte candidato, acabou vencendo as eleições, ainda que não tivesse condições para se manter no cargo por muito tempo.
O que alguns analistas apontam é que pelas suas insuficiências ele teria que contar com um quadro de auxiliares de formação técnica que atuaria em contraposição com a classe política que está com a imagem bastante desgastada junto aos eleitores. Ele é um nome novo, fora da tradicional política, e pode preencher parte da aspiração de muitos eleitores.
Evidentemente, o processo eleitoral ainda se encontra nos primeiros estágios, onde as conversas nos bastidores parecem intensas, mas só por ter aparecido em terceiro lugar, atrás de Jair Bolsonaro e Marina Silva, que já estão no noticiário há tempos, são indícios ainda preliminares que não podem ser desprezados.
Será muito interessante acompanhar a evolução das próximas semanas da eleição presidencial, pois, mesmo dentro do PSB, Joaquim Barbosa não era considerado um candidato de peso, mas acabou provocando a saída de um político tradicional como o Aldo Rebelo da legenda. Muita coisa ainda pode acontecer neste processo eleitoral, onde a maioria dos analistas fica com a impressão de que não se dispõem de nomes de peso.
Yokota-san:
O dia em que o Brasil tiver um presidente negro, com certeza, teremos saúde, educação, segurança, serviços públicos de qualidade, boa distribuição de renda, carga tributária plausível, dignidade etc. Basta o senhor observar quem são os políticos corruptos (Maluf, Sérgio Cabral Filho, Eduardo Cunha, Paulo Okamotto, Junji Abe, Ushitaro Kamia, Collor, Lula, Valdemar Costa Neto etc.). Os afrodescendentes sabem o que é melhor para o país.
Caro Rafael Lima da Cunha,
Parece que a diversidade que o Brasil conta é que resulta na sua criatividade. Mas os problemas apontados todos têm suas causas.
Paulo Yokota