A Ásia Lidera a Produção de Energia Não Poluente no Mundo
1 de maio de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: a China e a Índia lideram na Ásia a produção de energia não poluente, artigo publicado no Nikkei Asian Review, o que fazemos no Brasil que tem condições favoráveis para energias solar e eólica
Como a China é um dos países do mundo onde os problemas de poluição do meio ambiente são dos mais graves, nada mais natural que aquele país procure estimular a produção de energias não poluentes como a eólica, solar, bioenergia, geotérmica e hidroelétrica. Segundo a IRENA, organização intergovernamental sediada em Abu Dhabi, a capacidade mundial de energia renovável chegou a 2.179 gigawatts, oito vezes a capacidade total do Japão, sendo que a China é responsável pela metade do crescimento mundial atual.
Usina solar em forma de panda construída pelo Panda Green Energy Group na província de Shanxi, na China, foi conectada à rede no ano passado. Foto da © Reuters, publicada no Nikkei Asian Review
Na Ásia, a capacidade de produção de energia renovável dobrou nos últimos cinco anos. A China já produz 130 gw de energia solar, tendo superado já a meta para 2020, e sua capacidade hidroelétrica aumentou 36% desde 2012. O combate é contra a produção de energia de carvão mineral que provoca uma poluição insuportável na China, afetando até seus países vizinhos como o Japão. Os chineses são os líderes mundiais de produção de células solares do mundo, chegando a 60% da produção do mundo.
Gráfico publicado no site do Nikkei Asian Review, cujo artigo vale a pena ser lido na íntegra
A Índia também está se esforçando na produção de energia renovável, aumentando 18% no ano passado. Grupos japoneses estão ajudando no esforço naquele país. Também outros países asiáticos, como o Japão e o Vietnã, estão engajados neste processo.
O que se constata é que a escala é relevante para a redução dos custos destas energias não poluentes e o Brasil dispõe de boas condições naturais tanto para a produção solar como eólica, não contando ainda com a disposição política para aumentar a sua produção de forma significativa, ainda que existam projetos no Nordeste brasileiro. A produção de equipamentos para tanto poderiam ser promovidas no país, em vez de depender exageradamente da importação da Ásia.
O fato concreto é que os custos ambientais para a produção de energias de outras fontes poluentes são crescentes, tanto na Amazônia como de origem fóssil, como o petróleo, provocando inconveniências com a poluição ou redução sensível das florestas. Tudo indica que no próximo governo haverá necessidade de sensível mudança de orientação quanto a produção de energia no Brasil.