Comportamentos dos Turistas Chineses no Reino Unido
28 de maio de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no The Economist sobre os turistas chineses no Reino Unido, depois de Buckingham a preferência é uma visita à pequena Biceste Village que conta com lojas de produtos de luxo
Como a maioria das massas de turistas estrangeiros no exterior, muitos chineses desejam comprar produtos de luxo, mesmo que seus preços não sejam diferentes do que encontram na China. Eles que não correm o risco de adquirir produtos falsificados.
Famílias de turistas chineses comprando produtos de luxo em Bicester, no Reino Unido, próximo a Londres. Foto publicada no artigo do The Economist que deve ser lido na íntegra
Já houve períodos em que os turistas norte-americanos no exterior eram compradores vorazes e foram seguidos pelos japoneses. Agora são os chineses que, conseguindo melhorar de padrão de vida, provocam ondas de turismo até no Reino Unido, sendo que pequenas cidades próximas de Londres, como Bicester Village, recebem muitos deles que desejam comprar produtos de luxo, mesmo que seus preços não sejam melhores do que os encontrados na China. Eles procuram não comprar produtos falsificados no seu país, o que acontece também na própria Ásia, como no Japão, onde estes turistas acham que o risco de serem enganados é menor. E eles pagam com seus smartphones, usando sistemas como os do WeChat ou Alipay.
Os produtos mais comprados são da Boss, Gucci, Salvadore Ferrogamo, Versace e muitos outros, todos de grifes internacionais. Evidentemente são comprados tax free por serem destinados à exportação. Ainda que isto aumente a importação chinesa, as autoridades da China entendem que a atração destes produtos acaba provocando o aumento da sua produção no seu país, num processo que se repete em todos os países que se tornaram recentemente emergentes e até desenvolvidos.
A McKinsey estima que cerca de um terço do consumo de produtos de luxo no mundo é de chineses, contribuindo por três quartos do crescimento das empresas que produzem estas grifes. A Organização Mundial do Turismo da ONU estima que a demanda chinesa chegasse em 2016 a US$ 260 bilhões, o dobro do que os norte-americanos compraram no exterior, um quinto do que os turistas de todo o mundo adquiriram globalmente. Existem advertências que nestes dados podem estar incluídos os que não são exatamente turistas, mas alguns comerciantes.
Que os turistas chineses sejam muitos na Ásia, como no Japão, parece evidente, mas tudo indica que também na Europa e nos Estados Unidos eles já são os mais expressivos, ajudando a ativar muitas economias que dão prioridade no atendimento destes visitantes. Aos poucos, eles estão aumentando também no Brasil, que apresenta atrações como Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro e Amazonas, podendo aumentar se houver uma política de incentivo da parte do governo local.