Suplemento Sobre os Idosos na Folha de S.Paulo
21 de maio de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: o problema da preservação da qualidade de vida, os custos elevados, também em São Paulo estão aumentando os idosos
São Paulo tende a acompanhar o que já está acontecendo nos países desenvolvidos, onde continuam aumentando os idosos, sendo que muitos estão chegando aos seus centenários. Mas para a manutenção de suas qualidades de vida, alguns cuidados, como a manutenção das relações sociais e os exercícios físicos, são relevantes. O problema é que, mesmo nos países emergentes como o Brasil, eles estão aumentando a uma velocidade acima do esperado.
Algumas organizações religiosas estão procurando ajudar na preservar a qualidade de vida dos idosos, que estão aumentando em São Paulo
Muitas informações demográficas de todo o mundo estão mostrando o aumento rápido dos idosos que já chegam a superar os das crianças, gerando problemas sérios para os seus custeios de forma sustentável. O suplemento deste domingo da Folha de S.Paulo mostra que muitos estão chegando com boas condições de saúde física e mental às idades superiores a 90 anos, sendo que a manutenção de suas relações com os amigos é de vital importância, assim como os exercícios físicos. Participar do convívio social é de grande relevância para os idosos.
O custeio destes idosos é uma preocupação crescente e poucos países conseguiram manter um sistema sustentável. Os dados fornecidos pela Folha mostram que os custos de instituições privadas são elevados e poucas famílias estão preparadas para dispor de condições para o seu pagamento. Há que se adaptar sistemas adotados em outros países para a redução dos mesmos, onde alguns encargos contam com a colaboração dos próprios idosos para cuidar de algumas tarefas indispensáveis, como temos registrado neste site.
O exemplo mais interessante que conheci nas minhas visitas aos mais variados países do mundo foi o da Áustria, onde os idosos dividem com moradias individuais um edifício pequeno e apropriado, sem escalas e somente rampas, onde uma dezena deles convive. Todos continuam encarregados de algumas tarefas, como a coordenação de atividades culturais, esportivas, assuntos fiscais e médicos e outras mais que interessam à maioria, o que os obrigam a continuar ativos em algumas atividades. Isto ajuda a reduzir parte dos custos a que todos estão sujeitos.
O suplemento menciona hospitais, planos de saúde e instituições de longa permanência para estes idosos. Os custos destes serviços são elevados e nem todas as famílias contam com recursos para tanto. Também os serviços públicos não se ajustam para o mínimo indispensável para que estes idosos continuem ativos. Em São Paulo, poucos são os lugares que permitem que eles caminhem e utilizem serviços como os de transporte coletivos. Muitas escadas não contam com suportes para os idosos, nem existem rampas que atendam o mínimo exigido pela legislação.
As instituições privadas como hospitais, planos de saúde e instituições de longa permanência para os idosos ainda não conseguiram sistemas que reduzam seus custos, inclusive com a colaboração dos próprios idosos. Regulamentações que não se ajustam às realidades brasileiras acabam elevando as decisões judiciais que elevam alguns custos, exigindo providências que não foram previstos nos serviços oferecidos, que o setor público também não tem como arcar, senão sobrecarregando os demais que deveriam ser atendidos.
Até que tudo entre no limite do possível, as aspirações genéricas de atendimentos universais acabam frustrando as populações mais necessitadas, onde os idosos não contam com alternativas. Há que se absorver as experiências internacionais que têm proporcionado formas de convivências razoáveis, pois as tendências atuais são de aumento dos idosos até idades mais avançadas.