O Exame Chinês Gaokao Para Ingresso no Curso Superior
29 de junho de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Educação | Tags: 10 milhões de candidatos, artigo no The Economist, importância das universidades mais credenciadas para as carreiras, os estresses dos candidatos
Os estudantes brasileiros passam por experiências semelhantes aos dos chineses no concurso conhecido como Enem, mas também lá existem observações aos critérios que são elogiados por alguns, mas criticados por muitos. Como tudo que ocorre na China, os números são astronômicos, chegando a 10 milhões de candidatos anuais e, como alternativa, 600 mil estudantes chineses procuraram cursos no exterior.
Exames chamados gaokao para pontuações para ingresso em boas universidades chinesas
Segundo o artigo publicado no The Economist deste fim de semana, quando deveria se exigir qualificações dos estudantes que tivessem capacidades inovadoras, que são indispensáveis para as programações do governo, exige-se no gaokao os conhecimentos de rotina, que provocam um excessivo estresse aos candidatos. Como em muitos países, a fama das universidades determina a possibilidades de outros cursos ou as qualificações para suas carreiras futuras. A preparação para estes exames consome em torno de três anos do ensino médio, não existindo os tipos de cursinhos existentes no Brasil.
Em muitos países asiáticos não ocorrem repetições das tentativas por diversos anos como por aqui. As pontuações obtidas num concurso são as qualificações que determinam sua vida. As autoridades chinesas concordam que deve haver mudança neste sistema para os candidatos às universidades mais prestigiosas.
O atual sistema reflete também a ideologia do Partido Comunista Chinês, com questões dentro dos seus critérios. Os candidatos das grandes cidades mais ricas acabam levando vantagens, quando comparadas aos estudantes de isoladas regiões rurais mais pobres. O lamentável é que algumas universidades de outros países estão aceitando os resultados do gaokao para ingresso nos seus cursos.