Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Precisamos ver o que Acontece no Mundo com as Petroleiras

4 de junho de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: aspirações ideológicas ultrapassadas, duras realidades, fusões indispensáveis com a redução do uso de derivados de petróleo, o que acontece no Japão como exemplo

Ainda que as situações sejam diferentes no Brasil e no Japão, um artigo publicado no Japan Today mostra que os brasileiros precisam considerar a dura realidade do que está acontecendo no mundo com o uso do petróleo e seus derivados.

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Gráfico do The Economist prevendo o que deve acontecer com a demanda dos derivados do petróleo no mundo nas próximas décadas, diante da necessidade de conter o aquecimento global

Um artigo publicado por Osamu Tsukimori e Urenaka Taiga no Japan Today informa como avançam as tentativas de fusão da Idemitsu Kosan e a Showa Shell Sekiyu, duas refinadoras de petróleo no Japão, diante da queda da demanda local do produto. O Japão vem reduzindo substancialmente o uso de petróleo, tanto pelos aperfeiçoamentos tecnológicos de tudo que utiliza energia como diante da necessidade de contar com menos com poluentes na atmosfera.

Quando terminou a Segunda Guerra Mundial, ainda a refinação de petróleo era efetuada por uma estatal. Mas, com o tempo, ela passou na sua maior parte para o setor privado que tinha mais eficiência, mas mesmo elas estão sendo obrigadas a fusões ou acordos operacionais para se manter no mercado. Na América Latina, como no Brasil e no México, por razões ideológicas, tanto a Petrobras como a Pemex ficaram com o monopólio do petróleo para poder concorrer com as grandes multinacionais. Mas será inevitavelmente uma questão de tempo, pois seus custos são cada vez menos competitivos, pois nas estatais os seus funcionários procuram preservar seus empregos e vantagens. A tendência, apesar das resistências ideológicas, é, no mínimo, começar pela reconhecida ineficiência do monopólio, forçando a concorrência.

Estas mudanças são difíceis em qualquer país, mas não se pode suportar tendências que registrem prejuízos que não podem ser mantidas pelos acionistas ou recursos orçamentários. Muitas empresas privadas estão ampliando suas atividades onde as exigências de sustentação do meio ambiente ainda não são muito rigorosas, mas que também tendem ao aperfeiçoamento diante da pressão da população preocupada com a sua saúde.

Mas não se pode subestimar o poder político das empresas relacionadas com o petróleo. Mesmo nos Estados Unidos, o atual governo concede maior prioridade ao apoio político que recebe, mesmo colocando-se de forma contrária aos principais países do mundo, como se observa nas questões ligadas ao Clube de Paris.