Preocupantes Sinais de Aquecimento Global
3 de agosto de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no The Economist, incêndios dos Estados Unidos à Sibéria, temperaturas recordes no Japão
Só não está vendo quem não quer. Abrindo os veículos de comunicação social de todo o mundo, em todos os lugares se registram as irregularidades climáticas que estão ceifando preciosas vidas. No hemisfério Norte, nunca tantos incêndios de grandes proporções foram registrados. No Japão, temperaturas acima de 40 graus centígrados, com elevada umidade, tornou-se normal. E existem os que ficam eufóricos que companhias de petróleo, como a brasileira Petrobras, registrem eventuais ganhos astronômicos com as produções recordes.
Incêndios florestais astronômicos na Califórnia, Estados Unidos
Poucas vezes se noticiaram tantos incêndios florestais nos Estados Unidos, que estão custando muitas vidas diante das vegetações secas difíceis de serem controladas, mesmo com todos os equipamentos disponíveis naquele país. O atual governo norte-americano continua concentrado nos interesses dos produtores de combustíveis poluentes, boicotando os modestos entendimentos de metas de aquecimento do Clube de Paris.
No Japão, as mortes já chegam às centenas de vidas, além de milhares de internados nos hospitais com o calor absurdo que está tornando temperaturas acima de 40 graus centígrados normais, com as elevadas umidades de um arquipélago no Pacífico. Acrescem-se tufões e chuvas torrenciais que provocam inundações com elevadas mortes e prejuízos materiais de elevada monta, mesmo num país que conta com os melhores mecanismos de assistências aos flagelados.
Lucros recordes da Petrobrás no primeiro semestre de 2018
Parece inevitável que no hemisfério Sul, mais pobre, no próximo verão repitam-se problemas semelhantes, ainda que o efeito do El Niño esteja estimado como baixo. Naturalmente, todos estes problemas afetam as produções normais de alimentos, acrescentando problemas para o mundo.
O incrível é que subsídios estão sendo concedidos para a produção e consumo como do carvão mineral e combustíveis poluentes, fazendo com que as produções de energia como solar ou eólica que vinham crescendo sejam colocados em segundo plano. As soluções existem, mas os interesses econômicos que dão suporte aos dirigentes que só pensam no curto prazo acabam merecendo prioridade.
Os combustíveis poluentes continuam provocando euforias dos que pensam somente em seus interesses, esquecendo que os problemas afetam a todos e de forma profunda. Parece indispensável que haja um equilíbrio das preocupações de curto prazo com os mais longos, que interessam ao futuro do país.
Espera-se que, no Brasil, os próximos dirigentes a serem eleitos em outubro tenham o mínimo de sensibilidade para reduzir as queimadas criminosas das florestas, quando o aumento da produtividade agropecuária só pode ocorrer com o uso mais racional dos recursos fundiários e das árvores que formam as matas ciliares, além das florestas que herdamos dos nossos antepassados, desde a Mata Atlântica até a Amazônia.