A Identidade Japonesa

14 de setembro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: a discussão da identidade japonesa, artigo na Associeted Press publicado no The Asahi Shimbun, mais do que a vantagem das miscigenações étnicas | 2 Comentários »

Este site enfocava as vantagens das miscigenações de diferentes etnias que propiciam vantagens como a que permitir surgir atletas como Naomi Osaka. Mas parece que no Japão desperta-se a discussão da identidade do que seria um japonês, diante de muitos casos semelhantes, principalmente de atletas de destaque e a proximidade das Olimpíadas de Tóquio, o que considero lamentável.

Naomi Okada provoca uma discussão no Japão diferente do que este site esperava

Todos sabem que os japoneses, por habitarem um arquipélago, resistem a intensificar os cruzamentos de pessoas de diferentes etnias que só tendem a proporcionar vantagens de vários tipos, que passam também pelo aperfeiçoamento de suas características físicas, mas são marcantes nas heranças intelectuais que diferenciam os seres humanos de outras criaturas. Os brasileiros possuem marcas de suas criatividades em grande parte da miscigenação étnica de todos que contribuíram de forma significativa, começando com os indígenas brasilerios, europeus e as heranças africanas. Com a intensificação das imigrações a partir da segunda metade do século XIX, como muitos povos que se consolidaram no Novo Mundo, os brasileiros estão entre os que se cruzaram, acabando sendo uma característica que os diferenciam. O que dificulta até o entendimento das discussões que se travam no Japão atual que, aos poucos, também começa a participar do verdadeiro mundo globalizado.

O artigo no The Asahi Shimbun destaca a pesquisa de Naoko Hashimoto, que estuda o assunto na Universidade de Sussex, na Inglaterra. Muitos atletas e celebridades são citados por possuírem a característica do que chamam “half” por contarem com mães ou pais japoneses com parceiros de diferentes origens. Os nipônicos ainda apresentam dificuldades para definir a identidade japonesa, prendendo-se ao que se prevê na legislação que também precisa ser atualizada, para se ajustar às novas realidades.

É interessante que se reconhecem algumas misses que chamaram a atenção pela sua beleza física decorrente da miscigenação. Atletas se destacam pelas características físicas e agora também se discute a criatividade de vencedores de prêmios Nobel como de autores de livros consagrados, que nem sempre são resultados de cruzamentos de pessoas de diferenças etnias, mas também das culturas diversas a que foram submetidos.

Lamenta-se que a discussão legal no Japão ainda se prenda a detalhes da legislação, até de quantas gerações vivem no exterior, como os nisseis, sanseis, yonseis etc. Parece urgente a necessidade de que detalhes formais se constituam em obstáculos que já estão superados nas imagens públicas junto à população.

Não fora esta realidade, muitos importantes patrocinadores não dispenderiam verdadeiras fortunas nas divulgações dos seus produtos usando as imagens destes atletas que atraem a atenção dos potenciais consumidores. Naomi Osaka tornou-se “embaixadora” da Nissan Motors, por uma cifra não divulgada.