Prêmio Nobel da Paz de 2018 é Pouco Para Estes Heróis
5 de outubro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: necessidade de mobilizar o mundo contra crimes de sexuais políticos violentos, Prêmio Nobel da Paz para Nadia Murad e Denis Mugwege é o mínimo, susto da imprensa com nomes absurdos
Lendo os depoimentos como de Nadia Murad, uma ativista de 25 anos que percorre o mundo informando sobre as inimagináveis violências como as cometidas pelo Estado Islâmico contra a minoria yazidi no Iraque, notadamente com as jovens que são escravizadas e estupradas, só se pode aplaudir os membros do comitê do Prêmio Nobel pelas merecidas escolhas. Como a do médico congolês, Denis Mukwege, que ajudou mais de 30 mil vítimas de violências sexuais como instrumento de Guerra no Congo.
Nadia Murad e Denis Kukwege, 63 anos, vencedores do Prêmio Nobel da Paz 2018
Alguns veículos internacionais de comunicação social informavam nos últimos dias a possibilidade que nomes absurdos, como Donald Trump, poderiam ser contemplados, chocando os leitores. O Prêmio Nobel tem um valor simbólico e ajuda a divulgar as causas que estes verdadeiros heróis da humanidade estão envolvidos. O bom senso dos que escolhem os Prêmios Nobel da Paz de 2018 deve ser aplaudido, pois existem situações chocantes que necessitam ser informados para todos e as notícias já estão circulando, com destaque merecido em todo o mundo.
As violências cometidas no Iraque pelo Estado Islâmico sobre inocentes populações minoritárias de outras etnias e convicções são notórias. Mas quando uma jovem como Nadia Murada corre o mundo informando que muitas sofreram as violências como ela, não há um ser humano que não se sensibilize. Ela já havia recebido na União Europeia o prêmio Sojarov à Liberdade de Consciência e se tornou a embaixadora da Boa Vontade da ONU para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano. Agora com o Prêmio Nobel da Paz de 2018, suas palavras soam mais alto pelo mundo, exigindo que estas barbaridades não sejam mais aceitas.
Em muitos países africanos, a deficiência da assistência médica, agravada pelas guerras tribais, exige muitos trabalhos voluntários de profissionais da medicina. Ainda quando criança, tive a oportunidade de ouvir sobre o trabalho desenvolvido pelo famoso médico e pensador alemão Dr. Albert Schweitzer para atender as crianças africanas. Isto me inspirou a desenvolver trabalhos filantrópicos nas regiões mais pobres do mundo, contribuindo com o Committee on Technical Advisory do Conselho Mundial de Igrejas (posição ecumênica) numa modesta ajuda.
Muitos trabalhos importantes já estão sendo desenvolvidos como o dos Médicos Sem Fronteiras, mas ainda não insuficientes. Todos nós podemos ajudar, por pouco que seja para reduzir estas barbaridades.