As Eleições Intermediárias nos Estados Unidos
7 de novembro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: moderação para Donald Trump, no Senado venceu os Republicanos como nos governos dos estados, os democratas ficaram com maioria na Câmara
Numa acirrada eleição nos Estados Unidos, ainda que os democratas tenham conseguido a maioria na Câmara dos Deputados, os republicanos conseguiram manter a maioria o Senado, bem como venceram em maior número de estados elegendo seus governadores.
Resultados apurados pela Associated Press
Numa das mais acirradas eleições nos Estados Unidos, que aumentou o comparecimento dos eleitores que podem não votar, os democratas obtiveram a maioria na Câmara dos Deputados e os republicanos de Donald Trump conseguiram manter a maioria no Senado Federal bem como nos governos dos estados que tiveram seus governadores eleitos nesta eleição intermediária. Foram eleitos menos senadores democratas, sendo que partidos que não pertencem aos dois maiores, que têm simpatia pelos democratas, ficaram com sete eleitos. Isto permite o aumento do balanceamento naquele país, mas os republicanos que apoiam o atual presidente mostraram que continuam contando com apoio expressivo dos eleitores, notadamente os de tendência mais nacionalista que apoiam a orientação extremada do atual comandante máximo daquele país. Suas tarefas se tornam mais difíceis, mas a boa performance da economia daquele país, que tende a reduzir-se, continua suportando o seu poder, ainda que diminuindo a globalização que tinha predominando até os últimos anos no mundo. Esta tendência está se espalhando pela Europa e outros países de outros continentes, exigindo inteligência da parte dos brasileiros.
Naquele país, os deputados são eleitos por dois anos, a metade do mandato do presidente. Mesmo que muitos no mundo estejam contrariados com os norte-americanos, Donald Trump continua mantendo o seu prestígio entre os mais conservadores.
Para o Brasil, este resultado eleitoral norte-americanos exige uma seriedade maior na sua política externa, que depende também de outros países que continuam crescendo no mundo, mesmo com a redução do seu ritmo, como a China. Eles são os maiores compradores de produtos brasileiros, como minérios e produtos agropecuários, além de investidores importantes na infraestrutura. Também não parece conveniente perfilar com os norte-americanos como no caso de Israel, pois existem importantes parceiros do Brasil entre os países muçulmanos. Parece que se tornou mais urgente a rápida escolha de um diplomata para comandar o Itamaraty, de forma que o Brasil conte com uma política externa que minimize os problemas e ampliem os mercados para os produtos brasileiros.
Tudo está indicando que os problemas se tornaram mais complexos no mundo que nos cerca, exigindo maior competência dos dirigentes brasileiros, ainda que o governo tenda a enxugar as suas despesas de custeio, para possibilitar investimentos e ampliações de suas atividades produtivas, não só agropecuárias e minerais, como industriais e de serviços. Há que se voltar a investir no desenvolvimento de novas tecnologias que mantenha o Brasil competitivo no mercado internacional, até para contar com seus investimentos para nos ajudar.