Mudanças Radicais Sobre Gêneros no Japão
9 de novembro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Washington Post, reconhecimento e reparo da nova presidente Yukiko Hayashi, reconhecimento explicito da Tokyo Medical University que prejudicava candidatas e favorecia candidatos nos vestibulares
Um artigo publicado por Siobhán O’Grady no Washington Post informa que a Tokyo Medical University, segundo a sua nova presidente recém-nomeada, Yukiko Hayashi, admitiu que aquela instituição de prestígio no país reduziu as notas dos vestibulares passados das candidatas do sexo feminino e elevava a dos candidatos do sexo masculino, usando a alegação que depois de formadas elas faltavam mais nos seus serviços, principalmente quando engravidavam.
A presidente da Tokyo Medical University, Yukiko Hayashi. Foto da agência Kyodo News e da AP
Mesmo admitindo que a discriminação sexual no Japão fosse chocante, a notícia é expressiva do passado e mostra a mudança que está ocorrendo naquele país, o que parece importante. Aquela Universidade está procurando reparar os seus erros e convidando as candidatas dos últimos dois anos que desejar lá se inscrever para frequentar seus cursos de agora em diante. A promessa da nova direção é que as práticas inadequadas não voltarão a ser aplicadas.
O fato concreto é que no Japão o número de médicos está diminuindo como em muitas outras profissões, havendo mais mulheres competindo no mercado, ainda que muitas casadas prefiram atividades de tempo parciais ou horários mais flexíveis, até para atender também as atividades domésticas. A nova direção daquela Universidade reconhece que existem médicas que estão desenvolvendo trabalhos considerados maravilhosos.
Muitos que se mostram surpresos com estes meios ilegais empregados por aquela Universidade clamam por reparos pelo escândalo, inclusive com indenizações pelos danos causados. Estes casos despertam o interesse da opinião pública porque muitas mudanças nesta direção estão ocorrendo naquele país, que nem sempre são entendidos com o devido equilíbrio.
Em muitas questões, as mulheres japonesas possuem a última palavra, como nas aquisições das residências ou investimentos expressivos de uma família. Muitos automóveis adquiridos são das preferências das esposas. Mas também existem argumentações que estes encargos mais difíceis de serem administrados ficam pesadamente sob a responsabilidade das mulheres. O fato que parece concreto é que mudanças estão ocorrendo naquele país nestas matérias.