Possibilidades da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors
28 de janeiro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia e Política | Tags: as vantagens empresariais, compreensão adequada das diferenças culturas, possibilidade de manutenção da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, problemas difíceis de serem superados | 64 Comentários »
Um interessante artigo de Anne Beade, da agência noticiosa AFP, foi publicado no Japan Today, com opiniões de analistas europeus sobre as novas possibilidades para a preservação da aliança existente entre a Renault, Nissan e Mitsubishi Motors, reconhecendo que existem apreciáveis obstáculos a serem ainda superados. O artigo merece uma leitura cuidadosa e integral.
A aliança Renault Nissan Mitsubishi Motors existe há muitos anos
Os principais analistas europeus da indústria automobilística indicam que sem a aliança das três empresas, a Renault enfrentaria dificuldades para entrar no mercado de veículos elétricos, onde a Nissan já está mais avançada, como na maior parte da tecnologia de ponta. Também não teria como competir com a Toyota e a Volkswagen para se manter entre as primeiras no mundo, envolvendo mercados importantes como os Estados Unidos e a China. Isso apesar de já terem indicado Thierry Bollore como CEO permanente e Jean-Dominique Senard, que vem da Michelin, para substituir totalmente o papel que veio sendo desempenhado até recentemente por Carlos Ghosn, que renunciou a todos os cargos ocupados.
Existem muitos outros problemas a serem resolvidos, como o papel do governo francês que se mantém como o principal acionista da Renault e deveria deixar de interferir nestes casos que envolvem empresas, ainda que na França se considere ainda uma estatal. Também o sistema de governança deve ser aperfeiçoado para evitar-se que somente um importante executivo possa decidir sozinho sobre questões importantes, como a remuneração dos diretores que é considerada elevada no mercado mundial, mas não é no Japão como na Renault, esta por ser considerada uma estatal francesa.
As diferenças culturais do Japão com o Ocidente, tanto nas empresas que são consideradas pelos japoneses como decorrente de uma grande equipe como das legislações daquele país asiático, teriam que se aproximar dos padrões adotados no mundo ocidental e globalizado.
Outra questão crucial é que as participações acionárias da Nissan na Renault deveriam se aproximar das da Renault na Nissan, com direito a votos e reduzido em percentuais. Sabe-se que o grosso da remuneração da Renault decorre dos dividendos que usufrui da Nissan, enquanto os resultados obtidos pela Nissan são pelas suas atividades produtoras e comerciais.
Este conjunto de problemas deve ser negociado ao longo do tempo, tanto quanto se gastou para consolidar a aliança, envolvendo assuntos delicados que exigem um desprendimento que parece ainda não existir entre as partes. Mas deve-se entender que as empresas, mesmo as grandes, necessitam ser pragmáticas, considerando suas possibilidades futuras, notadamente no desenvolvimento de novas tecnologias.
Uma simples fusão destas empresas deve ser descartada, pois existem fortes sentimentos tanto na França, que considera a Renault como um símbolo, como da Nissan, que, apesar dos problemas que enfrentou, ser detentora de um quadro de funcionários de elevada qualificação profissional, notadamente na tecnologia. Sem uma solução razoável, todas elas correm grandes riscos de deixar de ser competitivas no mundo.
Parece existir ainda muita água para correr nestes casos de elevadíssima complexidade, que Carlos Ghosn pensou ter superado com o carisma de sua presença, sem respeitar o mínimo indispensável das condições existentes, que levaram à sua lamentável derrocada pessoal, que ainda continuará tendo difíceis e longos períodos para a sua absorção, que não se resume somente em questões que possam ser resolvidos com recursos financeiros.
Que este desagradável problema sirva de importante alerta para questões que envolvem grupos econômicos com diferentes culturas, que não se restringem somente às empresas, mas também envolvimentos de diferentes legislações consolidadas ao longo do tempo.
O Estado francês deveria alienar as suas ações na Renault para a Nissan e, assim, equilibrar a Aliança Renault-Nissan. A meu sentir, é mister, sim, uma revisão dessa exitosa parceria, pois me parece bem injusta na configuração atual.
Cara Carla Rocha,
Obrigado pelos comentários.
Paulo Yokota
Yokota, a postura do governo francês é DEPLORÁVEL! Montadora de carros é negócio para empresa privada e não uma empresa estatal. A França deveria cair fora da Renault e deixar que a Renault e a Nissan se entendam!
Cara Lucianne T. Torres.
Cada país tem as suas preferências, ainda que muitos não concordem com elas.
Paulo Yokota
O que a França faz no capital social da Renault? Fabricar automóveis é para a iniciativa privada. O governo francês tem que investir em escolas, hospitais, estradas, segurança pública etc.
O Shinzo Abe deveria se manifestar e apoiar uma revisão das participações acionárias cruzadas entre a Renault e a Nissan.
Caro Gilmar Pires,
A França tem suas preferências.
Paulo Yokota
Caro Paulo:
A Renault poderia reduzir a sua participação acionária para, por exemplo, 20 ou 25% (ações ordinárias) na empresa japonesa.
A Nissan, por sua vez, poderia ter o direito de converter os seus 15% de participação societária (ações preferenciais) na Renault para ações com direito a voto, até atingir 20 ou 25% do capital votante na montadora francesa (ainda que tenha de comprar ações da firma francesa).
A Nissan reduziria, por conseguinte, de 34% para 20 ou 25% das ações ordinárias na Mitsubishi Motors.
Abraços e parabéns pelo artigo!
Cara Joana C. Rossi,
Obrigado pelo comentário. Ainda existem muitas dificuldades a serem superadas.
Paulo Yokota
Ótimo artigo!
Caro Carlos Silva,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota
De maneira civilizada e racional, a Nissan, a Renault, a Mitsubishi e os representantes dos governos do Japão e da França devem conversar. A Aliança precisa, incontestavelmente, ser rediscutida, pois me parece bastante desequilibrada para o lado japonês.
Basta lembrar-se dos “malfeitos” do brasileiro Carlos Ghosn, que foi colocado na Nissan pela Renault.
Caro Olavo Alves,
Obrigado pelo comentário. Soluções desequilibradas são difíceis de serem sustentados. Esta crise pode ajudar a colocar as coisas nos trilhos, mas vai exigir muito trabalho para superar as sequelas que ficaram pelo caminho.
Paulo Yokota
A fusão da Nissan com a Renault não é interessante nem para o Japão e, muito menos, para França. Perder os seus campeões da indústria? Nem pensar, fora a questão tributária.
Carlos Ghosn é uma página virada e a parceria franco-japonesa não pode repetir os mesmos erros. Parafraseando o Hiroto Saikawa: “concentração de poder nas mãos de uma só pessoa durante muito tempo”. Ghosn, como é cediço, desviou/abusou do patrimônio da Nissan para fins pessoais, além de cometer evasão fiscal.
Cara Adriana Paoli,
Obrigado pelo seu comentário,
Paulo Yokota
Entendo que a Renault deva vender as ações da Nissan e vice-versa. A Ford e a VW fizeram uma aliança, mas sem uma participar no capital social da outra.
O brasileiro Carlos Ghosn abusou da sua posição, enquanto foi executivo do alto escalão da Nissan. A Renault tem o DEVER de indenizar a montadora japonesa pelos prejuízos que Ghosn provocou.
Cara Josefina F.Couto,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota
Quero saber o que a Renault faria sem a Nissan. Ao longo de anos, a empresa francesa absorveu muito da refinada tecnologia japonesa, além de receber dividendos bilionários.
Paulo Pinto
Caro Paulo Pinto,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota
E os acionistas minoritários da Nissan que foram prejudicados pelo “caso Ghosn”? O valor de mercado da montadora nipônica caiu muito após a prisão do brasileiro que, em tese, praticou diversas irregularidades e está preso.
Como indenizar estes investidores? Se Ghosn for condenado no Japão, acredito que os acionistas minoritários têm direito a uma reparação, não é mesmo?
E a Renault e o governo francês? Foram os franceses que colocaram Ghosn na Nissan… Eles precisam ser responsabilizados…
Beijos e abraços!!!
Cara Rafaela Moreira da Silva,
Obrigado pelos seus comentários.
Paulo Yokota
Recentemente, o Carlos Ghosn deu uma entrevista ao jornal Nikkey e disse que foi vítima de golpe. Parece o discurso da Dilma e do Lula… Não acredito em nada que o Ghosn fala.
Cara Juliana Silva,
Pode estar certa que as autoridades japonesas possuem indícios muito fortes das irregularidades.
Paulo Yokota
Hoje, li o DESESPERO do brasileiro Carlos Ghosn que acusa a Nissan de saber de todos os seus malfeitos, além de dizer que está sendo vítima de golpe corporativo. Ridículo!
Caro Gilmar Aguiar,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota
Doutor Paulo Yokota:
Por gentileza, leia tudo e me diga se tem alguém mentindo!
“Na carta, sua esposa afirma que os investigadores o pressionaram a assinar documentos em japonês, uma língua que ele não domina, e que ele só recebeu uma tradução oral, sem a presença de seu advogado.”
Fonte: Esposa de Carlos Ghosn denuncia suas condições de prisão
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/01/em-carta-mulher-de-carlos-ghosn-critica-condicoes-de-prisao-do-executivo.shtml
“Perguntado se seu pai falava japonês, Anthony Ghosn disse que não. “O paradoxo é que a confissão que eles querem que ele assine está escrita exclusivamente em japonês.””
Fonte: Promotores japoneses querem que Carlos Ghosn assine confissão, diz filho a jornal francês
https://extra.globo.com/noticias/economia/promotores-japoneses-querem-que-carlos-ghosn-assine-confissao-diz-filho-jornal-frances-23350255.html
“O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, negou que seu cliente tenha sido forçado a assinar documentos escritos em japonês.
“Ghosn não nos disse nenhuma vez que ele teve que assinar qualquer coisa em uma língua que ele não entende”, declarou, indicando ainda que seu cliente foi transferido para uma cela mais espaçosa, com uma cama em estilo ocidental.”
Fonte: Esposa de Carlos Ghosn denuncia suas condições de prisão
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/01/em-carta-mulher-de-carlos-ghosn-critica-condicoes-de-prisao-do-executivo.shtml
“Após recuperar a Nissan, assumiu a presidência geral do grupo Renault-Nissan em 2007, posto onde está até hoje. Fala seis línguas fluentemente (português, inglês, francês, japonês, árabe e espanhol)”
Fonte: Saiba quem são os 11 manda-chuvas do mundo dos carros
https://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2014/09/17/saiba-quem-sao-os-manda-chuvas-do-mundo-dos-carros.htm
O cônsul-geral do Brasil em Tóquio João de Mendonça Lima Neto disse:
“Dr. Ghosn sempre disse que está bem e é bem tratado, dadas as circunstâncias”, disse. “Ele responde normalmente, “estou bem””
Fonte: “Ghosn está bem na prisão e pediu livro de suspense”, diz cônsul brasileiro
https://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2018/12/05/ghosn-esta-bem-na-prisao-e-pediu-livro-de-suspense-diz-consul-brasileiro.htm?cmpid=copiaecola
Caro José Carlos,
No mínimo aparenta que os parentes de Carlos Ghosn tentam defender a sua tese. Quando as investigações começaram as autoridades japonesas já possuíam indícios fartos de irregularidades, como a tentativa de reduzir a tributação para os seus ganhos, usando inclusive paraísos fiscais.
Paulo Yokota
Yokota, pelo menos, o câncer (Carlos Ghosn) foi removido da Nissan e da Mitsubishi. O referido executivo até fez o bem no início, mas, depois… Ele está onde deve estar.
Caro Ícaro,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota
O amigo leu a entrevista que o Carlos Ghosn concedeu no Centro de Detenção de Tóquio ao jornal Nikkei? O que achou? Grato.
Caro Sandro Bittencort,
Li a entrevista. Parece legítimo que Carlos Ghosn se defenda, mas os muitos fatos e documentos disponíveis parecem indicar que ele. no mínimo, tentou reduzir a tributação japonesa dos seus ganhos, usando até paraísos fiscais e operações duvidosas.
Paulo Yokota
Caro Paulo:
Os acionistas minoritários da Nissan parecem FROUXOS! Por que não se manifestam sobre o caso Ghosn? O cara fez muitas besteiras na Nissan…
Paulo Yokota:
Percebe-se, claramente, que o Japão não tolera o nosso famoso “jeitinho brasileiro” e o Carlos Ghosn é um ótimo exemplo!
Parabéns ao Japão que mantém preso o ex-executivo Carlos Ghosn pelos seus atos criminosos.
O senhor disse: “Parece legítimo que Carlos Ghosn se defenda, mas os muitos fatos e documentos disponíveis parecem indicar que ele. no mínimo, tentou reduzir a tributação japonesa dos seus ganhos, usando até paraísos fiscais e operações duvidosas.”
Desculpe-me, mas em nenhum site brasileiro (UOL, G1, R7, Folha, Estadão, Terra, IG, Veja, Band etc.) eu li a citada informação. Qual foi a sua fonte? Eu só sei português…
Acompanho matérias ligadas ao Japão, mas só em português. Sou fã da Terra dos Samurais!
Abraços.
Caro Kleberson,
Esta questão é demasiadamente complexa e nem sempre a imprensa brasileira consegue acompanhar todos os seus detalhes. Marli Olmos do Valor Econômico conhece profundamente o assunto, mas procura ser cautelosa.
Paulo Yokota
Após cortar o mal pela raiz, desejo que a Nissan tenha futuro próspero. A tirania do seu antigo líder, bem como a falta de ética ficaram no passado. O Carlos Ghosn é página virada.
Caro Rafael Guimarães,
Todos gostariam que assim fosse, mas as sequelas de relações pessoais difíceis são complicadas para serem todas superadas, principalmente envolvendo culturas diversas.
Paulo Yokota
Na boa, o senhor acha que existe, de fato, risco do fim da parceria Renault-Nissan? O Ghosn era apenas UMA pessoa envolvida nessa aliança de cerca de 20 anos.
Caro Robinson Santos,
Acredito que apesar das declarações em contrário, a continuidade de uma operação que envolvem executivos de culturas bastante diferentes, que geraram indesejáveis sequelas, são extremamente difíceis de superarem os problemas que são usuais nos dia a dia de diversas empresas internacionais. Mas, os interesses econômicos acabam provocando até arranjos difíceis.
Paulo Yokota
A reputação de um brasileiro amado, conhecido e respeitado está em jogo. Vejo que o ilustre blogueiro fala em “paraísos fiscais”, “redução de tributação” etc., mas os seus artigos são por demais superficiais. Eles informam muito pouco sobre o que, de fato, está sucedendo com o executivo Carlos Ghosn.
O colega necessita desenvolver textos melhores com as respectivas fontes confiáveis e imparciais. No The Wall Street Journal, no The New York Times, no Automotive News etc. leio matérias que comprovam o golpe da Nissan.
O amigo está buscando informações na imprensa do Japão? Ela está sendo minimamente justa na cobertura do fato? A sua ascendência japonesa interfere em suas opiniões? Cadê as notícias que afirmam que o Dr. Ghosn assinou documentos comprometedores?
É mister muita responsabilidade para escrever artigos que milhares de pessoas consultarão.
Caro Dr. Clóvis Souza,
Infelizmente um site só se restringe a notas breves, não sendo conveniente para artigos mais profundos e longos. Além de fontes japonesas, também uso os internacionais, que não consideram adequadamente a independência japonesa para estabelecer a sua legislação que funciona naquele país. Minha longa carreira como autoridade brasileira e trabalhando em organismos internacionais, tento dar uma visão geral, como o que acontece em muitos paraísos fiscais (porque recebem esta denominação?). Isto se difundiu desde que foi criado o “eurodólar”, pois as operações feitas em Londres estavam sujeitas a normatização das autoridades inglesas. Que alguém procure sofrer menos tributação sobre seus ganhos elevados, parece ser legitimo, mas as autoridade fiscais japonesas observam com detalhes aqueles que atuam nos paraísos fiscais, que certamente tentam reduzir eestas tributações. Os investigadores japoneses obtiveram um documento assinado por Carlos Ghosn, que ele alega ser somente uma “intenção” futura e incerta do ponto de vista da cifra. Conheço um pouco do Japão e quando algo não está claro na legislação, o Supremo japonês costuma usar até o Código de Honra dos Samurais, onde a intenção é muito relevante. Conheço parte do que é feito nos Estados Unidos (recebi uma bolsa do Departamento de Estado para isto), trabalhei na Europa como em Londres, Paris, Genebra e outras localidades. Conheço razoavelmente na Ásia, desde a China, Coreia do Sul, Japão (recebi uma bolsa do JICA) , Cingapura, Tailândia entre outros países, onde também trabalhei. Se V. ler os meus primeiros artigos sobre Carlos Ghosn, verificará que registro minha admiração sobre o seu conhecimento da cultura japonesa, que parece não ter sido suficiente. Veja a matéria mais longa da Bloomberg sobre este caso de Carlos Ghosn e estou postando uma entrevista (a primeira depois de sua prisão temporária) publicado no Nikkey Asian Review. V. não acha que a Renault e as autoridades francesas não continuariam sustentando o Carlos Ghosn se ele estivesse livre de qualquer irregularidade?
Desculpe-me pela resposta um pouco longa.
Paulo Yokota
É estarrecedor, mas o Carlos Ghosn é, atualmente, caso de polícia. Acompanho o fato desde a prisão do brasileiro e acredito que, lamentavelmente, ele praticou infrações penais. Não creio em “conspiração” e, muito menos, em “traição”. Decerto, Ghosn está desesperado para sair da prisão.
Caro Gladstone Ferreira,
Obrigado pelos seus comentários.
Paulo Yokota
Prof. Dr. Yokota:
É impressão minha ou, de fato, há uma tentativa de desmoralizar a Justiça do Japão? Basta ler as matérias publicadas na imprensa dos EUA e do continente europeu em relação ao caso Ghosn.
Para mim, o sistema criminal japonês combate, exemplarmente, a criminalidade. Assim, Carlos Ghosn continua preso.
Cara Claudete Batista,
Na minha modesta opinião, a legislação japonesa é exageradamente rigorosa, mas os que estão no Japão precisam obedece-la. Em muitos países, os investigados são acompanhados de seus advogados nos interrogatórios. Os prazos para a prisão temporária é mais limitada. As pressões externas estão ocorrendo para que a legislação japonesa se aproxime mais da vigente no exterior, em alguns países.
Paulo Yokota
O Carlos Ghosn está concedendo entrevistas no Centro de Detenção do Japão. Só repete a mesma coisa: conspiração e traição. Parece político brasileiro acusado de corrupção e de lavagem de dinheiro, bem como de recebimento de propinas.
O povo daquele país precisa agradecer de não ter um Gilmar Mendes ou um Marco Aurélio Mello como magistrados…
Beijos!!!
Maria Santos
Cara Maria Santos,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota
Responda-me uma dúvida: como o Carlos Ghosn tentou sonegar impostos no Japão? Obrigado.
Caro Adamastor Miranda,
Pelo que se informa, uma parte de sua remuneração teria ficado para ser recebido depois de sua aposentadoria, com isenção fiscal segundo seus auxiliares, mas com o que as autoridades japonesas não concordam. Muitas de suas vantagens foram proporcionados no exterior, como na Holanda. Algumas de suas despesas que deveriam ser pessoais foram atribuídas à Nissan, como forma de fugir da tributação.
Paulo Yokota
Bacana acompanhar o triste caso do brasileiro Carlos Ghosn. Noto que o Japão é muito severo para punir os criminosos, o que é correto. Acho que necessitamos aprender com os nipônicos! Chega de impunidade no meu Brasil!
Caro Lucas Maciel Fraga,
Obrigado pelo comentário, mas também existem os que não concordam com sua afirmação, ainda que em numero menor.
Paulo Yokota
A questão é a seguinte: o Carlos Ghosn cometeu ou não crime (s) de acordo com as leis do Japão? Em caso afirmativo, a teoria do “golpe” da Nissan é conversa fiada. Se praticou delitos, o brasileiro tem de pagar!!!
Caro José Cunha,
Seria interessante que mesmo os problemas complexos pudessem ser decididos com simples sim ou não. Os investigadores japoneses entendem que sim, Carlos Ghosn entende que não. Somente a decisão final dos juízes pode decidir sobre o assunto, considerando todas as nuances.
Paulo Yokota
Por gentileza, qual é a posição da jornalista Marli Olmos do Valor Econômico sobre o “caso Ghosn”? Muito obrigado!
Cordialmente,
Oswaldo T. Bettencourt
Caro Oswaldo Bettencourt,
Marli Olmos é muito cautelosa, uma profissional de jornalismo que mais acompanha o que acontece na indústria automobilista, no Brasil e no mundo.
Como todos, estava admirada com o que Carlos Ghosn tinha conseguido. Perguntou sobre a minha opinião sobre o assunto, e a informei que que o Japão, esmo com uma legislação que poderia ser aperfeiçoada, tinha própria que lá deve ser respeitada. Informei que as culturas eram muito diferentes no Japão e no Ocidente como um todo, e quando a legislação sobre determinado assunto não está muito clara, o Supremo daquele país se socorre das que estão no Código de Honra dos Samurais. Pesquise sobre os artigos que ela escreveu sobre o assunto, que foi publicado no Valor Econômico. Todos aguardam, inclusive ela, as decisões finais do Judiciário japonês, que ainda pode demorar um pouco, sempre mantendo uma atitude cautelosa.
Paulo Yokota
Doutor Yokota:
Ao ler a sua biografia, notei que o senhor tem um currículo invejável. Decerto, o economista saberá dirimir algumas das minhas indagações.
Já li que o Banco do Japão (Bank of Japan) costuma comprar ações das companhias japonesas de capital aberto e, não raras vezes, ele figura entre os maiores acionistas das empresas do Nikkei 225.
Banco do Japão aumenta fatia no mercado de ações do país
https://oglobo.globo.com/economia/banco-do-japao-aumenta-fatia-no-mercado-de-acoes-do-pais-19927360
Presumo, então, que o Estado nipônico, em tese, através do BOJ, seja titular de ações da Nissan e da Mitsubishi Motors.
Logo, o senhor acredita que o governo do Japão possa estar atuando, de algum modo, contra a fusão da Nissan, da Renault e da Mitsubishi?
E mais: a favor de uma rediscussão da estrutura de participações acionárias cruzadas da Aliança Renault-Nissan- Mitsubishi, a fim de dar mais poder aos fabricantes japoneses?
Muito obrigada!
Cara Nadia C.F.,
Pelo pouco que conheço o Bank of Japan que é um banco central, ele não opera no mercado de capitais com ações de empresas japonesas ou estrangeiras. Suas reservas internacionais, quando muito, são aplicadas em títulos de outros governos, como o dos Tesouros de outros países, um pouco em ouro. Como o Primeiro Ministro Shinzo Abe já afirmou, o governo japonês não entra nas questões de entidades particulares. Diferente da França que tradicionalmente interfere nas questões que interessam as grandes empresas privadas francesas, quanto mais nas estatais. Não há possibilidade do governo japonês estar defendendo interesses na Nissan, mas mesmo as empresas japonesas como as trading companies, que operam em paraísos fiscais ficam sujeitas a um exame muito rigoroso de suas contas.
Paulo Yokota
O episódio do Carlos Ghosn demonstra que ” aqui se faz e aqui se paga”. A GANÂNCIA e a FALTA DE CARÁTER derrubaram o brasileiro, ou seja, de titã da indústria automobilística para presidiário. Que “belo” final de carreira!
Cara Mayara S. Moreira,
Também tenho a convicção que as empresas privadas, além de perseguirem lucros e eficiências, precisam considera as suas posições morais.
Paulo Yokota
O Carlos Ghosn nasceu em Rondônia, mas, ao seis anos de idade, mudou-se para o Líbano. CULTURALMENTE, ele não é brasileiro. O Ghosn fala português com forte sotaque. Vamos parar, portanto, de chamá-lo de brasileiro? Não é brasileiro nem aqui e nem na China!
Caro Eudes Barros,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota
Yokota, li as entrevistas que o Carlos Ghosn concedeu na prisão e as teses defendidas pelo brasileiro são, no mínimo, ridículas. É a boa e velha teoria da conspiração…
Parece até político brasileiro acusado de receber propinas… Era melhor acusar o famoso vilão Dr. Gori do Spectreman!!!
Patético!
Caro Raimundo Pires,
Obrigado pelo seu comentário.
Paulo Yokota
Muitos decasséguis brasileiros acham que o Carlos Ghosn é inocente.
O senhor não acha que o presidente Bolsonaro deveria fazer alguma coisa pela Ghosn???
Valeu!!!
Caro Eduardo Torres Jr.
Acho que o governo não deve se envolver em assuntos de empresas privadas, ainda que tenha que assistir seus cidadãos.
Paulo Yokota