Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Deslocamento do Polo Magnético

18 de fevereiro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: artigo do The New York Times publicado em português no Estadão, diferença do polo magnético com o geográfico, vital para todos que utilizam a bússola

clip_image002Um interessante artigo elaborado por Shannon Hall, do The New York Times, foi publicado em português no Estadão sobre a aceleração do deslocamento do polo magnético, fundamental para todos que utilizam a bússola.

Foto da aurora boreal, causada por partículas de vento solar que interage com o campo magnético da Terra. Foto publicada no artigo no Estadão

Segundo o autor, em 1965, os cientistas conseguiram a representação matemática do campo magnético da Terra, baseados em dados, o que permite que haja uma correção a cada cinco anos, sendo o último efetuado em 2015. Mas eles estão constatando que houve uma aceleração no deslocamento do polo magnético e, no início de 2018, ficou evidente que ele precisa ser corrigido, e divulgaram, no último 4 de fevereiro, a nova posição junto à Sibéria.

Esta dança perturbadora do Polo Norte magnético foi descoberta a aproximadamente 400 anos atrás, quando o matemático inglês Henry Gillibrand descobriu que ele tinha se deslocado do polo geográfico. O fato de que o campo é dinâmico foi considerado por Andrew Jackson, um geofísico do ETH de Zurique, foi uma descoberta monumental. Os cientistas atribuem estas mudanças pelo ferro líquido que se movimenta no núcleo externo do planeta, o que traz consigo o campo magnético.

Os sistemas de navegação usados por satélites, aviões, navios, submarinos e outros veículos utilizam as bússolas magnéticas para se manter nas direções desejadas. Se mantida a orientação de 2015, poderiam ocorrer desvios significativos, o que levou a necessidade de atualização com maior frequência.

Tudo indica que houve uma reversão da movimentação do polo magnético em direção ao Canadá, mas não se conhece ainda como estas mudanças estão ocorrendo e a sua direção. Acredita-se que não deva continuar ocorrendo com grande intensidade. Phil Livermore, geofísico da Universidade de Leeds, da Inglaterra, acredita que existem duas grandes estruturas magnéticas no núcleo externo da Terra, que interagem e determinam o polo magnético. Segundo o geofísico Peter Olson, da Universidade Johns Hopkins, este problema não está entre os 10 maiores que temos, mas, sem as correções, os problemas de orientação que teríamos seriam significativas, principalmente com o aumento dos meios de transporte a grandes distâncias que está ocorrendo.