A Difícil Fusão do Deutsche Bank com o Commerzbank
11 de abril de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: a necessidade de fusão do Deutche Bank com o Commerzbank, notícia no site da Bloomberg, resistência dos sindicatos dos funcionários
Karl Marx já apontava que no capitalismo se tende a concentrar as empresas, reduzindo a concorrência. O mesmo acontece com os bancos, que dados os seus abusos na manipulação do mercado internacional, fazem com que o poderoso Deutche Bank alemão tenha que se fundir com o seu concorrente Commerzbank, diante dos gigantescos e custosos acordos de leniências que teve que firmar, para continuar sobrevivendo no mercado mundial.
Martin Zielke, do Commerzbank, e Christian Sewing, do Deutche Bank, em foto constante no artigo no site do Bloomberg, que merece ser lido na íntegra
Um artigo de Steven Arons e Chris Reiter foi publicado no site da Bloomberg tratando do assunto. Ainda que a fusão entre os dois maiores e tradicionais bancos da Alemanha sejam de conveniência recíproca, os sindicatos dos funcionários de ambos se posicionam contra, diante o risco de redução substancial dos seus empregos. O mercado também torce por uma solução adequada, mas os funcionários se preocupam com seus empregos.
Como é sabido, o Deutche Bank e outros importantes no mercado mundial manipulavam tanto as taxas de juros vigentes no eurodólar, chamado de libor, como os câmbios entre as principais moedas do mundo depois de encerrado as operações do mercado, que não eram exatamente os constatados nas bolsas. Apanhados nestas irregularidades, foram obrigados a fazer acordos de leniência com as autoridades monetárias, que implicavam em pesadas multas, o que acabou abalando a situação do banco alemão, a ponto de exigir que promova a sua fusão com outro, sendo o mais conveniente com um de origem alemã, como o Commerzbank.
Como em muitas economias, não se trata somente de um banco, pois o seu grupo conta com outras empresas de porte como a Mercedez Bens e a Lufthansa, que já estão sendo ou foram alienados para outros grupos do mundo em seu controle. Eles todos têm uma presença importante na economia brasileira, que também tem interesse em soluções adequadamente negociadas.
Evidentemente, os profissionais envolvidos nestas complexas operações não desejam se apresentar publicamente informando a imprensa, mesmo com dados confidenciais sem que seus nomes sejam revelados. Os funcionários destes bancos são importantes, pois eles fazem parte de conselhos de diversos tipos dos mesmos.
O mercado internacional também espera soluções convenientes e, quando elas dão sinais de suas possibilidades, as cotações das ações destes bancos tendem a se elevar. Como notícias negativas tendem a derrubá-las. O fato concreto é que a economia europeia e a do resto do mundo também apresentam problemas de crescimento, além da difícil saída do Reino Unido.
Como as taxas de juros e as intermediações bancárias estão apresentando margens baixas, com a multiplicação de outros agentes que não os bancos tradicionais, existem inúmeras variáveis que estão afetando estes ajustamentos.