O Que Está Acontecendo no Mundo…
12 de abril de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: ainda que algumas posições possam ser consideradas viesadas aspectos importantes estão sendo colocados, uma entrevista com Alain Touraine no Suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico
Uma entrevista à Helena Celestino concedida por Alain Touraine, um pensador francês experiente de 93 anos que está preparando o seu último livro, foi publicada no Suplemento Eu & Fim de Semana, do jornal Valor Econômico. Mesmo não concordando com todas as suas posições, deve se admitir que aspectos importantes foram colocados, ajudando a compreender parte do que está se passando no mundo atual.
Alain Tourene, de 93 anos, que está preparando seu último livro, concedeu entrevista para o Suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico que merece ser lido na íntegra
Alain Tourene é autor de quase 20 obras consideradas importantes e, mesmo não concordando com as suas posições, é preciso admitir que ele seja um observador das questões importantes que estão ocorrendo no mundo atual. Tanto no confronto entre os Estados Unidos, que ele entende que está perdendo na disputa da tecnologia de ponta, com a China, com a decadência da Europa, notadamente na França e na Alemanha, e os radicalismos que estão se acirrando em muitos países, num mundo globalizado onde as mulheres e os imigrantes estão ganhando força.
Entre os aspectos em que não se pode concordar com ele é que Fernando Henrique Cardoso botou a economia brasileira em ordem e o Brasil criou uma indústria forte. Ele deve estar ouvindo interpretações incorretas sem examinar o mínimo dos dados objetivos. Mas acaba dando uma interpretação razoável das tendências radicais, como dos coletes amarelos que se generalizam na França desgastando Macron, o desaparecimento de Merkel do comando da Alemanha e o estrago da saída da Inglaterra da Comunidade Europeia.
Sobre Jair Bolsonaro, afirma que não tem nenhuma força política, intenção ou programa de governo. Considera-o “evangélico”, antipopular, fundamentalmente da classe média, que tem medo das classes populares. Comemorando 1964, ele estaria dizendo: “se eu não conseguir governar, chamarei os militares”.
Certamente, todo este quadro não é dos mais animadores, devendo se efetuar um esforço para que ele não esteja certo.