Diferenças de Países Milenares com os de Poucos Séculos
31 de maio de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: lançamentos de ideias já amadurecidas com profundas discussões antecipadas, visões de prazos diferentes com relação ao futuro, visões de prazos diferentes da China quando comparados com os Estados Unidos ou o Brasil | 2 Comentários »
Um artigo de Cao Desheng, publicado no China Daily, informa que o secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista, Xi Jinping, solicitou aos presentes na reunião do Comitê Central para aprofundar a reforma geral na China mais esforços para prevenir e eliminar grandes problemas nas mudanças que devem ocorrer nos próximos anos. Isto contrasta com os pronunciamentos do presidente norte-americano Donald Trump, que anuncia muitas medidas na guerra comercial com os chineses, muitas que acabam sendo posteriormente modificadas e atenuadas, pelos seus efeitos contraditórios. Os brasileiros também observam que o presidente Jair Bolsonaro anuncia algumas medidas bombasticamente de forma precipitada, para depois voltar atrás reduzindo o seu impacto.
A milenar Muralha da China contrastando com a Xangai atual
Em que pese o regime autoritário que prevalece ainda na China atual, há que se reconhecer que, nas últimas décadas, aquele país gigantesco passou por um acelerado desenvolvimento, tornando-se a segunda no mundo em importância econômica, servindo como polo dialético da primeira, os Estados Unidos, que já dá sinais de inovações mais atenuadas.
Na atual Guerra Comercial iniciada pelos Estados Unidos, que também tem outros aspectos geopolíticos, observa-se que as medidas que estão sendo tomadas pela China são mais pensadas e de implementação ao longo do tempo, com margens para suas variações, onde as pesquisas que dão respaldo às novas tecnologias desempenham um papel importante. Muitas inovações de tecnologias de ponta dos chineses já superam aos dos norte-americanos, indicando que a China se tornará a primeira do mundo, com sua população gigantesca, o que é somente uma questão de tempo.
Os chineses estão conscientes que os próximos anos serão de muitas incertezas, tanto com problemas internos como mundiais, havendo necessidade de manter-se um claro foco estratégico. O planejamento na China visa evitar contradições e solução de problemas pendentes, com medidas direcionadas ao desenvolvimento econômico e social. Foram analisados na reunião de Shanxi muitos documentos oficiais, incluindo diretrizes sobre as inovações e melhoria da macrorregulamentação, como medidas para o fortalecimento da abertura e cooperação na capacidade de inovação.
As medidas das reformas estruturais concentram-se nas tarefas do lado da oferta, estabilizando o crescimento econômico, melhorando a vida da população, prevenindo riscos e garantindo a estabilidade social. Procuram-se mecanismos de coordenação das políticas econômicas com as de finanças, moeda, emprego, indústria e desenvolvimento regional, mantendo-se uma faixa razoável de variação para os objetivos perseguidos.
A reunião foi realizada na região norte da China, onde o carvão mineral é abundante, mas se procura meios para energias limpas, com baixa emissão de carbono. Também a segurança alimentar mereceu prioridade elevada, com alto nível de reserva e melhoria de sua qualidade. Ninguém pode duvidar que os objetivos positivos devem ser perseguidos e não a contenção da demanda que provocaria o perseguido equilíbrio local, como em países emergentes com o Brasil, que sofre com o elevado nível de desemprego.
Enquanto isso, por aqui, ainda enxergam vantagens em aplicar o Liberalismo puro…
Caro Milton,
Por aqui também falam sobre o liberalismo, mas a intervenção governamental continua elevada.
Paulo Yokota