Graves Problemas com Plásticos e Microplásticos
20 de maio de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: matéria de João Lara Mesquita no site do Estadão, o problema dos plásticos não recicláveis, os plásticos que estão nos nossos alimentos, problemas visíveis e não visíveis
Se ficarmos alarmados com as ilhas de plásticos que continuam crescendo nos oceanos, as pesquisas científicas, como as divulgadas no National Geographic, mostram que os microplásticos que não conseguimos ver, de dimensões de até 400 nanômetros, estão poluindo a atmosfera, e sendo encontrados até nas fezes humanas.
Ilustração constante da matéria publicada no site do Estadão, que vale a pena ser lido na íntegra
João Lara Mesquita vem publicando no site do Estadão matérias de suma importância para as nossas vidas e principalmente as dos nossos filhos e netos. Os plásticos que tiveram seus usos intensificados em meados do século passado, sendo somente 9% reciclados, transformaram-se numa das maiores desgraças para a humanidade, pois não se desfazem. Os estudos científicos, como os publicados no National Geographic, informam que as pequenas partículas de plásticos não visíveis a olho nu estão chovendo e estão nos alimentos que estamos consumindo.
365 partículas de plásticos por metro quadrado foram encontradas nas montanhas dos Pirineus, no sul da França, não havendo num raio de 100 quilômetros fontes óbvias destes plásticos. Isto foi publicado no Nature Geoscience, segundo está no artigo de João Lara Mesquita.
Se for usada a luz ultravioleta, constata-se este tipo de partículas, sendo mais graves dentro das residências que nas ruas. Os ventos conduzem estas partículas por distâncias superiores a 100 quilômetros, por povoações dispersas e sem grandes atividades industriais, comerciais ou agrícolas.
Cerca de 420 milhões de toneladas de plásticos foram produzidas em 2015, comparando-se com dois milhões em 1950. Os resíduos plásticos como os das garrafas e embalagens degradam-se ao longo de muito tempo e estão flutuando pelos oceanos, sendo consumidos pelos peixes que comemos. Estima-se que 2050 cheguem a 15% dos carbonos lançados, sendo mais graves na China, nos Estados Unidos e na Índia.
Alguns países já evitam plásticos usados para muitos fins, mas estudos indicam que 85% são microfibras usadas em roupas, e são encontrados até em biópsias feitas nos pulmões humanos. Também pneus utilizados nos veículos contribuem para tanto e foram encontradas partículas até nos sal de cozinha. Os microplásticos são produzidos pelas lavagens das roupas sintéticas, passam pelos tratamentos das águas e vão para o oceano pelos rios.
Na edição de 2018 da regata Volvo Ocean Race, um veleiro, além de disputar a prova, coletou as águas do mar, a partir do Ponto Nemo, no Pacífico. Foram encontradas entre nove e 26 partículas de microplástico por metro quadrado de água, num dos pontos mais ermos do nosso planeta. Quando o veleiro passou perto do Cabo Horn, no extremo da América do Sul, as medições aumentaram para 57 partículas por metro cúbico.
O Ponto Nemo, um dos pontos mais isolados no nosso planeta. Ilustração constante do artigo no site do Estadão, pesquisado durante o Volvo Ocean Race
A indústria de plásticos é a principal responsável por não reciclar uma parcela mais substancial desta sua produção, incluindo a de tecidos sintéticos. Já existem ridículas proibições, como a dos canudinhos plásticos, mas existem também novas legislações em diversas partes do mundo, como nos Estados Unidos e na Comunidade Europeia.
O autor sugere que todos contribuam para minorar estes problemas, exigindo nas escolas, locais de trabalho e nos restaurantes e outros lugares que sejam usados copos e garrafas de vidro, pratos de louças e talheres de metais que possam ser reutilizados depois de suas lavagens.
As sacolas podem ser de papelão, pois quando os plásticos são utilizados nos supermercados e outras lojas acabam sendo reutilizados para os lixos com de restos de alimentos perecíveis, acabando nos lixões num longo processo de suas deteriorações que não são completas, mas transformados em microplásticos que acabam voltados para os nossos alimentos.
Necessitamos pensar urgentemente nas gerações futuras.