Demanda Brasileira de Cafés Finos
16 de julho de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: artigo publicado no Estadão, dados da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, demanda brasileira de cafés finos, um crescimento expressivo em 2018
Depois de muitos anos, os dados da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC mostram que a produção de cafés finos no Brasil cresceu 4,8% no ano passado em relação a 2018, quando o consumo mundial cresceu 2,5% no mesmo período.
Alessandra Correia, uma cafeicultora do Projeto Florada, do grupo Três Corações, que se dedica à produção de cafés finos no Brasil
Como se diz no Brasil, a produção de cafés finos “pegou no breu” e, no ano passado, houve um crescimento de 4,8%, portanto quase o dobro da demanda mundial que foi estimada em 2,5% ao ano. Até o passado recente, o Brasil se destacava somente pela quantidade no mundo, mas depois que a produção começou a aumentar em Minas Gerais e na Bahia, onde não ocorrem geadas, os cafés melhoraram de qualidade, pela menor ocorrência dos chamados “defeitos”. Ao mesmo tempo, o plantio do café passou a ser feito no chamado “renque confinado”, em plantas de menor porte que permitem a colheita mecânica, começando a produzir o café já no primeiro ano, quando no passado havia necessidade de cerca de quatro anos para se chegar a uma boa produção.
No passado, a produção da Colômbia e da América Central, como a da Jamaica, era de melhor qualidade, com colheita manual selecionando as chamadas “cerejas”, todas igualmente maduras. No Brasil, havia uma mistura destas maduras com as verdes, pelo clima mais ameno, e a colheita era feita por rama, de todo o café. Naqueles países, o café era “lavado”, selecionando os melhores grãos.
O mercado passou a ser exigente, começando na Itália, que passou a introduzir máquinas para a extração do café para ser bebido, e, hoje, generalizou-se o uso das cápsulas que permitem o “Blend”, a mistura de diversos tipos de café para se chegar à de preferência dos consumidores.
Os produtores de café estão usando os nomes dos chefs mais conhecidos que aparecem nos meios de comunicação social para promoverem as marcas que são colocadas no mercado. Também aumentaram os estabelecimentos que servem bebidas de melhor qualidade.
Nas prateleiras dos estabelecimentos que vendem o pó de café giravam, segundo a ABIC, em torno de 6% e já no ano passado dobrou para 12%, mostrando que os consumidores também se tornaram mais exigentes quando prepara tradicionalmente o café, sem o auxilio de máquinas. Os especialistas nas provas dos cafés, por exemplo, preferem os ligeiramente ácidos, considerados mais convenientes para estas bebidas, aumentando também os que consumem sem o açúcar ou adoçantes, mas puros.
Estima-se que, dos 21 milhões de sacas colocados no mercado interno, o consumo de café especial chegava a cerca de 705 mil sacas, prevendo-se que neste ano já chegará a cerca de um milhão, com um crescimento de superior a 30%, uma cifra surpreendente.
Os consumidores já distinguem os diversos tipos de café disponíveis, não somente pelas variedades das plantas, como das áreas onde são produzidas, como o Cerrado, havendo também os orgânicos e de diferentes tipos de fermentação. Há consumidores que se orientam pelos chefs mais conhecidos como o neto de Pierre Troisgros, Thomas Troisgros, ainda que seus preços sejam mais elevados.
Não há dúvidas que uma parte desta melhora ocorre pelo marketing que está sendo efetuado, pois nem sempre todos os consumidores são capazes de notar as diferenças existentes, pois o café fica semelhante ao vinho, apresentando amplas variedades, havendo consumidores que têm suas preferências.
Seção: Gastronomia, Editoriais e Notícias Tags: demanda brasileira de cafés finos, artigo publicado no Estadão, dados da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, um crescimento expressivo em 2018
Depois de muitos anos, os dados da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC mostram que a produção de cafés finos no Brasil cresceu 4,8% no ano passado em relação a 2018, quando o consumo mundial cresceu 2,5% no mesmo período.
Alessandra Correia, uma cafeicultora do Projeto Florada, do grupo Três Corações, que se dedica à produção de cafés finos no Brasil
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Como se diz no Brasil, a produção de cafés finos “pegou no breu” e, no ano passado, houve um crescimento de 4,8%, portanto quase o dobro da demanda mundial que foi estimada em 2,5% ao ano. Até o passado recente, o Brasil se destacava somente pela quantidade no mundo, mas depois que a produção começou a aumentar em Minas Gerais e na Bahia, onde não ocorrem geadas, os cafés melhoraram de qualidade, pela menor ocorrência dos chamados “defeitos”. Ao mesmo tempo, o plantio do café passou a ser feito no chamado “renque confinado”, em plantas de menor porte que permitem a colheita mecânica, começando a produzir o café já no primeiro ano, quando no passado havia necessidade de cerca de quatro anos para se chegar a uma boa produção.
No passado, a produção da Colômbia e da América Central, como a da Jamaica, era de melhor qualidade, com colheita manual selecionando as chamadas “cerejas”, todas igualmente maduras. No Brasil, havia uma mistura destas maduras com as verdes, pelo clima mais ameno, e a colheita era feita por rama, de todo o café. Naqueles países, o café era “lavado”, selecionando os melhores grãos.
O mercado passou a ser exigente, começando na Itália, que passou a introduzir máquinas para a extração do café para ser bebido, e, hoje, generalizou-se o uso das cápsulas que permitem o “Blend”, a mistura de diversos tipos de café para se chegar à de preferência dos consumidores.
Os produtores de café estão usando os nomes dos chefs mais conhecidos que aparecem nos meios de comunicação social para promoverem as marcas que são colocadas no mercado. Também aumentaram os estabelecimentos que servem bebidas de melhor qualidade.
Nas prateleiras dos estabelecimentos que vendem o pó de café giravam, segundo a ABIC, em torno de 6% e já no ano passado dobrou para 12%, mostrando que os consumidores também se tornaram mais exigentes quando prepara tradicionalmente o café, sem o auxilio de máquinas. Os especialistas nas provas dos cafés, por exemplo, preferem os ligeiramente ácidos, considerados mais convenientes para estas bebidas, aumentando também os que consumem sem o açúcar ou adoçantes, mas puros.
Estima-se que, dos 21 milhões de sacas colocados no mercado interno, o consumo de café especial chegava a cerca de 705 mil sacas, prevendo-se que neste ano já chegará a cerca de um milhão, com um crescimento de superior a 30%, uma cifra surpreendente.
Os consumidores já distinguem os diversos tipos de café disponíveis, não somente pelas variedades das plantas, como das áreas onde são produzidas, como o Cerrado, havendo também os orgânicos e de diferentes tipos de fermentação. Há consumidores que se orientam pelos chefs mais conhecidos como o neto de Pierre Troisgros, Thomas Troisgros, ainda que seus preços sejam mais elevados.
Não há dúvidas que uma parte desta melhora ocorre pelo marketing que está sendo efetuado, pois nem sempre todos os consumidores são capazes de notar as diferenças existentes, pois o café fica semelhante ao vinho, apresentando amplas variedades, havendo consumidores que têm suas preferências.