Duzentos Dias do Desastre de Brumadinho
14 de agosto de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: entrevista significativa no Estadão, Felipe Cordeiro entrevista o tenente Pedro Aihara porta-voz dos bombeiros de Minas, um importante acúmulo de experiência mundial
Mesmo no meio de uma grande desgraça que provocou 248 mortes e 22 corpos que ainda permanecem desaparecidos, abalando a opinião pública mundial, há lições importantes que passam a fazer parte do que já se aprendeu com o lamentável episódio, formando uma importante nova cultura. Com serenidade e clareza, o tenente Pedro Aihara revelou uma rara sensibilidade que passa a fazer parte do acervo de conhecimentos relacionados a desastres dramáticos como os que atingiram moradores de Brumadinho, em Minas Gerais, e que continuam até hoje, prolongando os seus sofrimentos.
Tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros de Minas Gerais, transmitiu para a imprensa mundial, com serenidade e rara competência, as notícias das vítimas do monstruoso desastre de Brumadinho
Não se trata somente de noticiar o lamentável desastre, mas a clara consciência que existem muitas famílias que continuam sofrendo todos os dramas relacionados com o desaparecimento dos seus entes queridos. Há que se expressar toda a solidariedade mundial, consciente que hoje Minas Gerais acumula o maior conhecimento internacional de como lidar com estes delicados problemas, que continuam deixando vazios que não conseguem ser preenchidos.
Há que manter a esperança de que partes dos corpos dos vitimados ainda serão identificadas, merecendo um tratamento adequado. As dignidades das famílias atingidas precisam ser respeitadas e toda a comunidade que foi vitimada merece mais que indenizações. Não se pode continuar a prevalecer condições que tais desastres se repitam no futuro.
O papel desempenhado pelo tenente Pedro Aihara é digno de nota e muitas equipes brasileiras e do exterior absorveram novos conhecimentos de como lidar com complexos problemas desta natureza, que têm todos os ingredientes da dramaticidade dos desastres de vulto.
Consolidou-se uma nova cultura de como minimizar os lamentáveis danos que não são somente materiais, mas envolvem sofrimentos que se prolongam por muito tempo e que atingiram muitas famílias. A nossa mais completa solidariedade a todos os atingidos e os que acabam sendo envolvidos pelos seus trabalhos profissionais de elevadíssima qualidade.