Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Deterioração da Liderança dos EUA no Mundo

19 de setembro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: acordo rejeitado pelos Estados Unidos, Nova Zelândia e Japão aderem ao TPP – TransPacific Partnership

Logo depois da Segunda Guerra Mundial, qualquer iniciativa de importância no mundo considerado ocidental não teria prosseguimento sem o apoio dos Estados Unidos. Depois do início do governo Donald Trump que o rejeitava, o TPP – TransPacific Partnership continua clip_image002recebendo novas adesões, o que ocorreu agora com a Nova Zelândia e o Japão, tradicionais aliados dos norte-americanos, segundo noticiado nos jornais japoneses.

Primeiro-ministro Shinzo Abe cumprimenta a primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinta Ardern, que anunciam as adesões dos seus países ao TPP – TransPacif Partnership

Apesar do atual governo de Donald Trump não ser favorável ao estabelecimento de acordos comerciais de livre comércio, os principais países da bacia do Pacifico, de forma pragmática, vão consolidando o TPP – TransPacif Partnership, que estimula o comércio internacional, mesmo sem a participação dos Estados Unidos. Na atual visita da primeira-ministra Jacinta Ardern a Tóquio, anunciou-se formalmente estas adesões.

Os países como o Brasil que não participam desta bacia acabam sendo prejudicados e diversos outros acordos estão sendo estimulados. No entanto, algumas posições polêmicas do Brasil com relação à manutenção da Amazônia estão dificultando países europeus a estimularem o acordo da Comunidade Europeia com o Mercosul, prejudicando outros países da América Latina.

Na próxima visita do presidente Jair Bolsonaro à abertura das sessões das Nações Unidas, que tradicionalmente começa com o discurso do presidente brasileiro, se esta autoridade brasileira não adotar uma posição mais abrangente pode criar dificuldades para o Brasil, atraindo reações de diversos países e entidades privadas.

Uma das maiores dificuldades econômicas que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos é a baixa prioridade que vem concedendo à expansão do seu comércio exterior, que está estagnado, concentrando-se somente na exportação de produtos agropecuários e minerais. Os produtos industriais que costumam induzir avanços tecnológicos indispensáveis podem acabar ficando prejudicado, com declarações bombásticas de personalidades ligadas ao atual governo brasileiro, que não nos ajudam em nada.

Sem a volta da sensatez e de um pragmatismo político em questões internacionais, muitas das ações que estão sendo cogitadas pelas autoridades brasileiras podem continuar prejudicando o Brasil, não ajudando o país na difícil recuperação econômica indispensável para a criação dos empregos dignos para os trabalhadores brasileiros.

Tudo indica que ficar exageradamente atrelado aos Estados Unidos não é, no momento, uma atitude das mais inteligentes e pragmáticas. Parece conveniente adaptar-se rapidamente às orientações tradicionais da diplomacia brasileira, seguindo o que já está consagrado no mundo.