Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Fundos Relevantes no Mundo Alertam o Brasil

19 de setembro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: alerta não convencional de 230 fundos internacionais que possuem ativos estimados em US$ 16 trilhões, o envolvimento das imagens das empresas que atuam com o Brasil, recomendam cuidados no trato dos problemas amazônicos

Muitos veículos de comunicação social importantes no mundo, inclusive a Folha de S.Paulo, informam que 230 fundos internacionais que administram recursos que correspondem a US$ 16 trilhões (equivalente a R$ 65 trilhões), superior ao atual PIB da China, alertam de forma inusitada o governo brasileiro que sua forma de encarar os problemas da Amazônia afeta a imagem de muitos dos seus clientes. Entre eles estão o grupo Mitsubishi, HSBC e BNP Paribas, para citar alguns mais conhecidos.

clip_image002

Fotografia da NASA sobre os incêndios na Amazônia

Tudo indica que a atitude do atual governo brasileiro com relação à calamidade que nos atinge na Amazônia esteja se alterando, com o início do envolvimento das Forças Armadas. Mas, além de tardia, ainda não ocorre na escala desejada, com o firme suporte do Fundo da Amazônia que recebia recursos substanciais da Noruega e da Alemanha, bem administrada pelos brasileiros por intermédio do BNDES, que acompanha a evolução dos diversos projetos. Créditos substanciais do exterior, inclusive do setor privado, podem ser mobilizados no uso do chamado crédito de carbono. O mundo considera a Amazônia de importância internacional para minimizar o aquecimento global, principalmente dentro do que o Brasil se comprometeu no chamado Clube de Paris.

Muitas autoridades brasileiras, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, seus familiares e parte dos que o apoiam, têm sido infeliz nas declarações bombásticas que fazem veicular pelas redes sociais. Espera-se uma sensível melhora com o pronunciamento previsto na abertura das sessões das Nações Unidas, em Nova York, ainda que na sua prévia tenha sido cancelada a presença brasileira, por falta da apresentação de um projeto mínimo para cuidar deste assunto.

Evidentemente, existem também declarações pouco felizes de algumas autoridades estrangeiras, mas para gerir problemas complexos envolvidos parece até natural que haja algumas divergências, que devem ser resolvidas diplomaticamente, sem exageros nas declarações bombásticas e populistas. Não é somente o Brasil que tem problemas, observando-se que algo lamentável também ocorre nas florestas da Indonésia.

Os diversos artigos da Folha de S.Paulo, como os escritos por Fabiano Maisonave, Arthur Cagliari e Fernando Canzian, cuidam dos detalhes de muitas informações. O tema é vasto envolvendo vários aspectos de grande complexidade. Mas há uma preocupação mundial com a administração razoável da floresta amazônica, vital para as chuvas no Brasil como o aquecimento que está ocorrendo em todo o globo. A novela terá muitos capítulos e não serão resolvidos com pouco trabalho, exigindo recursos de monta, inclusive de equipamentos pesados como aviões, helicópteros e muitos recursos humanos que arriscam até suas vidas.

Muitos no exterior desejam colaborar, governos e setor privado, alocando recursos substanciais. Não se trata somente de um problema brasileiro, mas mundial. Mas o elemento principal parece ser um mínimo de sensatez.