Futebol Cheio de Surpresas
24 de novembro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Esporte | Tags: a surpreendente vitória de virada do Flamengo na final da Libertadores sobre o River Plate, da Argentina, impressão de queda de qualidade, sobram emoções | 4 Comentários »
Revendo a partida de futebol em Lima, no Peru, nesta madrugada, entre Flamengo, do Brasil, e River Plate, da Argentina, nota-se que ambas as equipes jogaram de forma parecida, como registrou Tostão na sua coluna, um dos mais ponderados comentaristas brasileiros deste esporte. Os argentinos conseguiram o gol nos primeiros 15 minutos e o Flamengo só obteve a virada nos últimos 5 minutos, quando todos já aguardavam um empate. Uma falha de dois zagueiros argentinos, que faz parte do futebol, permitiu que Gabigol marcasse o seu segundo gol, eliminando os adversários da disputa da copa do mundo de clubes com o Liverpool, da Inglaterra.
O Flamengo pode se tornar também o campeão brasileiro, além de ter vencido a Libertadores das Américas. Atribui-se grande importância ao trabalho do treinador português Jorge Jesus, que enfatiza sempre o ataque. Foto constante dos artigos publicados na Folha de S.Paulo, que valem a pena serem lidos na sua íntegra
Na minha modesta opinião de mero apreciador do futebol, tenho a impressão que o futebol brasileiro, apesar desta vitória, passa por uma fase modesta. O Flamengo seria considerado uma possível exceção, graças ao trabalho do treinador português Jorge Jesus, que teria trazido para o país o que já se usa na Europa, dando ênfase ao ataque constante, mesmo quando o placar está favorável. A essência do futebol é o gol, que atrai o público aos estádios como nos meios eletrônicos.
O estádio de Lima ficou repleto, com torcedores argentinos e brasileiros que se deslocaram por milhares de quilômetros, enfrentando adversidades que afetam muitos países latino-americanos, como falta de combustível, de alimentos e os confortos mais elementares. O futebol ainda é o esporte que mais atrai os torcedores em todo o mundo, nas mais diversas modalidades, começado a desenvolver-se em países como a China, que conta com grande população e muitos centros de treinamento, importando jogadores, inclusive do Brasil. Muitos patrocinadores investem fortunas no futebol, cujos anúncios são vistos pela televisão e outros meios eletrônicos de todo o mundo.
O que tem acontecido no Brasil é que talentos jovens são transferidos para outros países, que têm condições de arcar com investimentos efetuados até que atinjam a sua maturidade. O mesmo tem acontecido com outros países latino-americanos e africanos, com jogadores que se revelam em condições de aperfeiçoamentos nos países desenvolvidos ou até na China ou nos países árabes. É, seguramente, um grande negócio.
Como em muitos esportes, surpresas que ocorrem ajudam a tornar esta modalidade até mais interessante. Algumas falhas e eventuais oportunidades acabam sendo aproveitadas pelos bons jogadores que recebem remunerações até exageradas, que não conseguem muitas vezes ser bem administradas, desgastando alguns em jornadas noturnas com atraentes companhias.
A insistência no treinamento parece muito importante. Os brasileiros que já tiveram bons cobradores de faltas, atualmente conseguem poucos gols de bolas paradas. Alguns jogadores acabam abusando da força, como os argentinos e também os que jogam na Europa, exigindo um preparo físico cuidadoso, para evitar choques desnecessários.
Mesmo que venham sendo aperfeiçoadas com o uso do chamado VAR, sempre os critérios duvidosos de alguns árbitros acabam ocorrendo, como na maioria dos esportes, infelizmente. Muitos interesses econômicos acabam tendo maior importância do que seria desejável. As escolhas dos locais dos campeonatos importantes de diversos esportes acabam envolvendo corrupções, sendo que alguns poucos acabam determinando punições.
Mesmo com todas estas limitações, o futebol continua sendo um dos esportes mais emocionantes, que atrai multidões de apreciadores, e o Brasil, com um mínimo de planejamento, poderia tirar melhor proveito de sua já longa tradição e criatividade de muitos dos seus jogadores. Os esportes exigem preparos sérios como ocorrem também em outras atividades econômicas de porte.
Qual é o time do Dr. Yokota?
Caro Paulo Henrique Gonçalves,
Quando criança, eu morava no Ipiranga que tinha uma equipe de futebol. Depois, como meu pai teve relacionamento pessoal com o Pelé, passei a torcer pelo Santos.
Paulo Yokota
Eita, depois de anos, descobri que tu és santista como eu.
Caro Kazu,
Apesar de torcer pelo Santos, não sou fanático. Lamento que o futebol no Brasil principalmente, mas em todo o mundo, tornou-se um negócio, e não mais um esporte sadio, tendo perdido qualidade. Os jogadores brasileiros mal sabem passar corretamente uma bola, e chutar uma falta como no passado deixou de merecer um treinamento intenso.
Paulo Yokota