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Importância das Diferenças Culturais Étnicas na China

2 de novembro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: 55 grupos étnicos diferentes, apresentação no Museu de Shaghai, exposição sobre as diferenças culturais étnicas na China, pouco conhecidos na China e no exterior

clip_image002Um interessante artigo de Zhang Kun foi apresentado no China Daily informando sobre a iniciativa de apresentar produtos que mostram as diferenças étnicas culturais de 55 grupos na China. Muitos imaginam que a China apresenta uma unidade, com o predomínio da etnia Han, mas a exposição valoriza as muitas diferenças que existem naquele país.

Algumas das diferentes vestimentas e instrumentos musicais que estão sendo apresentados no Shanghai Museum

Ainda que no Ocidente predomine a ideia de que a China procura se tornar um país onde a cultura representativa da etnia Han acabe predominando, a exposição apresentada no Museu de Shanghai mostra que, no passado recente, aumentam os sinais mais importantes que revelam que as etnias minoritárias continuam sendo valorizadas pelas suas contribuições.

Evidentemente, do ponto de vista político, a China procura manter a sua unidade, notadamente com o aumento da população Han nas proximidades do Himalaia, que é o mais importante fornecedor da estratégica água para todo o país. Também são grandes as preocupações das minorias muçulmanas que predominam na região de Uygur. No entanto, dada a vastidão do seu território com culturas diferentes, esta riqueza é reconhecida oficialmente e valorizada como na atual exposição.

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Máscaras tibetianas apresentadas no Museu de Shanghai

O curador da atual exposição, Zhang Jingwei, enfatiza as contribuições das diversas unidades regionais, como no caso dos grupos Gelao, Mulam e Jing que vieram do Museu de Antropologia de Ghangxi. Os lenços Tatar e Xibe vieram do Museu de Xinjiang da região autônoma Uyger. Muitos tapetes começaram a ser colecionados pelo Museu de Shanghai, no início dos anos 1950.

Alguns objetos são de alto valor, como esculturas de bronze ou de cerâmicas, mas outros, como lenços, precisam receber ajudas oficiais para os artesãos, por não contarem com valor comercial. Na parte destinada à visitação pública, há uma abertura com a cabeça de um dragão da etnia Miao, do grupo sudeste da China, da atual província de Guizhou, que também é difundida por muitas partes do país.

Estão expostas peças como um instrumento musical chamado dombra, um instrumento de corda do grupo Kazak, o morin khuar, que era usado sobre o cavalo pelos povos mongolianos, e um tambor da etnia coreana na China, portanto, de grupos vizinhos que não fazem parte atual daquele país.

O Museu de Shanghai se preocupou com os instrumentos eletrônicos atuais que permitem a visualização das peças da exposição também com os celulares, bem como toda a exposição pode contar com explicações de vídeos e sonoros sobre as peças expostas, com o uso das tecnologias mais avançadas.

Também no Brasil existem muitas diferenças regionais, ainda que com uma história menos longa que a chinesa. Os museus existentes ainda são modestos e muitos especializados, não havendo um esforço para uma visão geral do conjunto das contribuições dos diversos grupos que compõem a população brasileira. Mesmo que o atual governo não conceda elevada prioridade para os aspectos culturais, muitos esforços isolados procuram preservar a rica contribuição, principalmente popular que vem de diversos grupos e regiões.