As Duras Lições do COVID 19 Para o Mundo
19 de fevereiro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: afetam mais os idosos fragilizados, as ações atuais estão sendo consideradas pela Organização Mundial de Saúde como as convenientes, não se pode subestimar com doenças que são desconhecidas, o artigo da AFP publicado hoje na Folha de S.Paulo, o atraso das autoridades chinesas
Ainda que a Organização Mundial de Saúde – OMS considere que a crise provocada pelo COVID 19 menos letais que a Síndrome Respiratória Grave (SARS) ou a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) sofridas no passado, a atual é mais assustadora pela sua propagação rápida, tendo provocado já mais de dois mil óbitos, com o contágio de pelo menos 74 mil somente na China. Segundo os dados fornecidos até hoje, 19 de fevereiro de 2020, sendo 900 casos fora da China, em 30 países.
Foto da Reuters publicada no artigo da Folha de S.Paulo, mostrando os passageiros do Diamond Princess, que começaram a deixar a embarcação depois de 14 dias de quarentena
Informa-se que depois que os Estados Unidos decidiram repatriar 300 norte-americanos do Diamond Princess, a medida está sendo adotada também pelo Reino Unido, Canadá, Austrália, Hong Kong e Coreia do Sul. Somente neste navio foram constatadas 542 infecções, ele que está ancorado ao largo de Yokohama no Japão. Informa-se que a OMS considerava, inicialmente, que as medidas restritivas eram exageradas, mas hoje muitos eventos internacionais estão sendo cancelados para evitar a proliferação desta doença, que afeta mais os idosos já fragilizados de forma fatal, tendo chegado a 2,3% no total, sendo mais baixo entre os até 39 anos, ou seja, 0,2% dos infectados, aumentando com o avanço da idade.
O desconhecimento de como lidar com os infectados no seu início acabou provocando a morte de sete médicos chineses, inclusive o diretor de um hospital, além do médico que primeiro identificou a doença. O foco do problema continua concentrado em Wuhan, na província de Hubei, na China, onde 56 milhões de chineses estão sendo mantidos em quarentena.
Muitos eventos internacionais, até na Europa, estão sendo cancelados, havendo países que impedem a entrada de chineses. A epidemia está afetando também a economia mundial, pois muitos componentes produzidos pela Foxconn para a Apple foram interrompidos na sua produção. A BHP, o maior grupo minerador do mundo, advertiu que a demanda de commodities, especialmente petróleo, cobre e ferro está sendo afetada.
Também há informações que empresas do setor automobilístico que conta com componentes produzidos na China estejam sendo afetados, como quando ocorreu o terremoto de Fukushima, no Japão. Os efeitos estão chegando até o Brasil, onde o câmbio está necessitando da intervenção do Banco Central, além da possível redução da exportação brasileira para os chineses.