Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Corrida Mundial Pela Vacina Contra Coronavírus

30 de abril de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: acúmulo de outras experiências, artigo de David D.Kirkpatgrick no New York Times sobre avanços em Oxford, as pesquisas chinesas no Sino Vac entre outras com muitos participantes humanos, financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates, possibilidade de primeiros em setembro próximo, promissor pela larga escala

No momento em que se anuncia que as mortes no Brasil com o coronavírus superam as da China (5.017 aqui e 4.637 naquele país, havendo algumas suspeitas que ambas estejam subestimadas), os cientistas consideram que soluções efetivas são as vacinas. Eles contam com quase uma centena de projetos para chegar rapidamente às vacinas, a maioria de pequena escala nas amostras. Algumas são consideradas mais promissoras, como a que vem sendo executada na Universidade de Oxford, no Jenner Institute, que já vem trabalhando com projetos semelhantes há dezena de anos. A Fundação Bill e Melinda Gates, que conta com imagebons avaliadores de projetos desta natureza, vem dando o suporte financeiro para esta pesquisa inglesa, além de outras.

A professora Sarah Gilbert em seu escritório na Universidade de Oxford, cujo artigo foi publicado no New York Times, que vale a pena ser lido na íntegra

Nesta pesquisa inglesa, conta-se com uma amostra de 6 mil pessoas, e a expectativa é ter uma primeira vacina utilizável em setembro próximo, aproveitando o que já conhece com estudos anteriores com vírus semelhantes, que afetam principalmente a respiração humana. Seria segura e também funcionaria adequadamente. As autoridades já teriam concedido autorização emergencial para a produção inicial de milhões de doses. Os pesquisadores utilizaram o macaco rhesus, que são os mais semelhantes aos seres humanos. Os chineses utilizaram uma amostra de 144 participantes na empresa Sino Vac para testes clínicos. Os demais projetos são com amostras pequenas. As dosagens das vacinas variarão entre crianças e idosos, bem como seus custos.

Mesmo que estas pesquisas não proporcionem resultados positivos esperados, muitos conhecimentos serão publicados e auxiliarão no trabalho de outros projetos. Os sistemas imunológicos poderão informar governos, doadores, laboratórios farmacêuticos e outros cientistas que estejam trabalhando para chegar às vacinas. Está se examinando a possibilidade de usar participantes de outros países que apresentam condições diferentes do Reino Unido, até para conseguir os participantes indispensáveis em períodos do ano diferentes. Existem dificuldades nos Estados Unidos onde os laboratórios privados desejam a patente de suas descobertas.

A fase I deste projeto inglês, envolvendo 1.100 pessoas começou na semana passada, e no próximo mês as fases II e III envolverão outros 5 mil participantes. Esta sadia competição para se chegar às vacinas o mais rapidamente possível é relevante, pois os que ficam doentes ou morrem continuam assustadoramente elevados, inclusive no Brasil que não possui uma rede eficiente de hospitais, não conta com recursos profissionais indispensáveis e nem com a produção rápida de todos os meios necessários, não se dispondo dos mesmos nem no mercado mundial.