Possibilidades dos Corais e Algas
18 de maio de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia, Saúde | Tags: artigo publicado no site do Estadão, estudos no Brasil, estudos sobre os corais e algas, explorações no Japão, possibilidades de antivirais
Todos sabem que, no globo terrestre, as áreas ocupadas pelos oceanos são bastante superiores aos dos diversos continentes. Muitos corais que ficam imóveis no fundo do mar acabaram, ao longo de milênios, desenvolvendo formas de combater os seus predadores, inclusive com micro-organismos para a sua defesa. Estes assuntos começam a ser estudados, na possibilidade de alguns servirem para combater os vírus como o do coronavírus, ainda que sejam pesquisas de longo prazo. Outras pandemias, como AIDS e SARS, também estão sendo estudadas.
Um artigo preparado por Roberto G.S. Berlinck, originário da Universidade Estadual de Campinas e doutorado pela Université Libre de Bruxellas, especialmente para o Mar Sem Fim, publicado no Estadão pelo João Lara Mesquita, trata do assunto. Outros pesquisadores também atuam nesta área.
As esponjas do mar são consideradas promissoras para o tratamento do câncer. Foto constante do artigo publicado no site do Estadão, que vale a pena ser lido na íntegra
Estes invertebrados marinhos acumularam substâncias químicas que são muitas vezes tóxicas, mas outras apresentam utilidades farmacêuticas. O assunto vem sendo estudado desde a década dos anos 1960, notadamente no Caribe e na Bahamas. Alguns belgas permaneceram no Brasil e voltam agora a se interessar pelo assunto.
Como se sabe hoje, o coronavírus atual decorreu de alguns animais terrestres, mas os oceanos apresentam maior variedade de seres vivos que vão se alterando também no tempo. O assunto não merecia prioridade nas pesquisas, o que se alterou recentemente.
Algas utilizadas pelos japoneses para alimentações saudáveis de diversas formas
O artigo registra que no Japão um medicamento destinado ao câncer de mama, chamado halaven (mesilato de eribulina), é de origem marinha. Também os japoneses, tradicionalmente, se alimentam usando tipos de algas, que contêm substâncias consideradas saudáveis. Habitando um arquipélago, é natural que eles se interessem sobre as possibilidades de produtos originários dos oceanos, onde já existem aplicações práticas para outras moléstias.