Combate ao COVID 19 Numa Favela Gigantesca na Índia
15 de junho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: artigo do Bloomberg publicado no Japan Times, caso que poderia ser aplicado no Brasil, favela de Dharavi com um milhão de habitantes, já foram examinados 700 mil pessoas desta favela | 2 Comentários »
Segundo Kiran Dighavkar, encarregado da luta na favela de Dharavi, próxima de Mumbai, na Índia, com um milhão de habitantes, “a única opção era perseguir o vírus, em vez de esperar que os casos chegassem”. As autoridades bateram 47.500 portas desde abril último para medir as temperaturas e os níveis de oxigênio, examinaram 700 mil favelados e montaram clínicas de febre, trabalhando proativamente, em vez de reativamente. As infecções diárias novas caíram para um terço, mais da metade dos doentes estão se recuperando e o número de mortes despencou para 80 favelados. Um quadro muito diferente do resto da Índia e outros países como o Brasil.
Médicos e outros profissionais de saúde atuam na favela de Dharavi, com cerca de um milhão de habitantes, próxima a Mumbai, na Índia. Foto constante em artigo no site do Japan Times, que vale a pena ser lido na sua íntegra
Ainda que os problemas estejam todos resolvidos, os avanços foram substanciais e os esforços continuarão a ser feitos. Servem de exemplos para outras localizadades na própria Índia, como em outros países em desenvolvimento, inclusive o Brasil. Não havia como provocar o isolamento social e trabalhando proativamente não esperavam que as pessoas ficassem doentes, mas os exames e testes foram feitos o mais rapidamente possível, segregando os contaminados para reduzir a propagação do vírus. Mais de 50% dos contaminados foram recuperados. As novas infecções foram reduzidas para uma média de 20 por dia, a partir dos 60 no início do mês de maio último.
Um aspecto fundamental foi conquistar a confiança da comunidade no que pequenos gestos são relevantes. Durante o Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, foram distribuídas frutas e tâmaras nos horários apropriados, quando os demais recebiam três refeições por dia. Nos centros de isolamento, os moradores receberam supervisão médica 24 horas por dia gratuitamente.
Ainda que tudo isto exija trabalhos intensos ao longo de um bom período, os resultados obtidos estão convencendo os moradores como as autoridades, dentro dos limites possíveis para um país como a Índia, mostrando que o modelo pode ser aplicado em países que apresentam situações semelhantes.
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Januse M. Souza,
Muitíssimo agradecido pelo seu comentário. Vamos continuar nos esforçando para atender a sua expectativa.
Paulo Yokota