Manutenção do Emprego no Japão na Atual Crise
22 de junho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo do New York Times no Asahi Shimbun, dificuldade para encontrar candidatos para as vagas, dificuldades das mulheres que trabalham em tempo parcial, ligeira diminuição dos desempregados
Um artigo extremamente interessante escrito por Ben Dooley e Hisako Ueno, do The New York Times, foi publicado no Japão pelo The Asahi Shimbun, informando que na atual crise mundial os desempregados no Japão aumentaram muito pouco, passando de 2,2% para 2,6%, quando no resto do mundo, inclusive Estados Unidos, chegou-se aos níveis da Grande Depressão que começou em 1929. No Japão, para 140 vagas de novos formandos em nível universitário consegue-se somente 100 candidatos atualmente.
Os japoneses formados nas Universidades se candidatam a empregos, havendo somente 100 para 120 vagas neste ano de 2020
Isso decorre em parte pela política adotada no Japão há décadas, quando as empresas mantêm parte dos seus resultados sem os distribuir entre os acionistas, convertendo-os em investimentos. Na atual crise, continuam remunerando os empregados com os recursos mantidos nas empresas, sendo que muitos ainda continuam com empregos vitalícios.
Mesmo assim, o problema que incomoda os japoneses são as mulheres que trabalham parte do tempo, por estímulo do governo Shinzo Abe, diante da falta passada dos recursos humanos. Agora, muitas delas estão cuidando dos seus poucos filhos, pois as aulas foram suspensas para evitar os contatos com outros estudantes e professores. Existem algumas empresas que mantiveram a remuneração delas, mesmo reduzindo estes valores. Muitas escolas estão voltando a funcionar de formas variadas.
As empresas, mesmo funcionando, trabalham com produções menores, pois o mercado consumidor interno e no exterior reduziu-se com a atual crise. Estes trabalhadores estão concentrados nas mudanças que devem ocorrer no futuro, pois os consumos podem se recuperar mais lentamente. Muitas estão voltadas para entrega de produções simples, como as refeições nas residências que têm aumentado em muitas partes do mundo.
O emprego vem aumentando em alguns serviços, como os relacionados com a saúde. Também existem informações que muitos retornaram à sua terra natal, ficando com seus pais, evitando empregos urbanos ou trabalhando a distância.
Na realidade, na cultura japonesa desempregar alguém tem um custo social elevado quando comparado com outros países, afetando também as imagens das empresas.