Atividades Coletivas Como Governo e Futebol

24 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: a atuação coletiva, especialistas em cada área, funções definidas, necessidade de um orientador, um destaque individual não resolve | 2 Comentários »

Quando se observa a atuação do atual governo federal brasileiro, fazendo um paralelo grosseiro com o que acontece no futebol, nota-se a falta de um técnico que oriente todo o conjunto, que seria o presidente, para o que ele não está preparado. Valores individuais são insuficientes para a eficiente atuação da equipe governamental, surgindo muitos buracos sem que todos saibam o que se procura executar coletivamente para minorá-los. O risco de um caos aumenta sensivelmente e, mesmo que alguns setores funcionem, não se consegue bons resultados.

Neymar chora depois da derrota do PSG frente ao Bayern. Foto constante de matéria no site da Jovem Pan, que vale a pena ser lida na íntegra

Com o aumento de militares em variadas posições fundamentais do governo, parece que os que foram habilitados a atuar na defesa passem a ser atacantes, sem que se conte com um meio do campo que faça uma ligação eficiente entre os dois setores. O técnico ajuda a criar um caos no desespero disfarçado, como se fora no final da partida em que está em desvantagem.

Informa-se que muitos acompanhavam a transmissão da final da Champions League por um canal de televisão que não conta usualmente com elevada audiência. Mas se conseguiu um recorde no Brasil, como se alguns valores individuais do PSG fossem capazes de superar a força do conjunto do Bayern. Entre eles, na audiência, muitos brasileiros que torciam pelo sucesso de Neymar, que teve uma atuação abaixo de sua média, pois era natural que fosse inibido por muitos acidentes físicos provocados pelos adversários. O governo brasileiro não consegue entender que está atuando num mundo conturbado, onde a globalização que beneficiou a todos por muito tempo esgotou-se com a lamentável pandemia do coronavírus que atingiu quase a totalidade dos países.

Quando as evidentes falhas, inclusive dos familiares e amigos do presidente vêm à tona, incompreensíveis agressões são repetidas aos jornalistas que profissionalmente devem apontá-los, pedindo explicações que não existem. Quando todos estão notando as dificuldades governamentais, continua-se repetindo que estão se obtendo bons resultados, quando as insuficiências deixam o Brasil contar mesmo com recursos do exterior que poderiam sanar parte dos problemas que estão sendo enfrentados. Um dos piores males é fugir da dura realidade, como se os brasileiros fossem incapazes de julgar o que estaria acontecendo.

É evidente que o Brasil necessita de ajuda internacional para minorar alguns problemas que existem. Não enfrentar a realidade não parece uma boa estratégia. Um mínimo de humildade poderia reduzir as resistências atuais como da Alemanha, inclusive num entendimento da Comunidade Europeia com o Mercosul. Também existem abundantes recursos para reduzir o desmatamento, entre doações e fundos para preservar a floresta, pois isto afeta o mundo, aumentando as irregularidades climáticas.