Restrições Não Inteligentes dos EUA às Empresas Chinesas
7 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: diferenças nos avanços tecnológicos, efeitos negativos das restrições de intercâmbio, possíveis efeitos políticos e eleitorais, restrições norte-americanas a empresas chinesas
Chegam a ser chocantes as restrições atuais dos Estados Unidos às atuações de empresas chinesas de tecnologias de ponta como vêm ocorrendo com a Huawei e se ampliando para a Wechat, Tik Tok e outras. Quando as tecnologias norte-americanas estavam entre as mais avançadas no mundo, a economia dos Estados Unidos ampliou-se na participação internacionalmente e agora com as suas limitações, possivelmente por razões políticas e eleitorais, regride-se ao que acontecia no passado muito remoto.
Charge publicada no China Daily
Todos sabem que a competição tecnológica internacional veio provocando por décadas as melhorias das economias no mundo, ajudando a incrementar o intercâmbio mundial, ajudando no processo de globalização que auxiliou a muitos países, ainda que acompanhados de alguns problemas para os que não investiam muito nas inovações. Quando se envolvem empresas que operam com produtos estratégicos como os combustíveis, as transparências nem sempre são completas.
São muitos os artigos de especialistas em todo o mundo mostrando que os chineses estão avançando mais rapidamente nos setores de tecnologia de ponta por décadas e já não se conta com a hegemonia do passado dos norte-americanos. Isto afeta as possibilidades da reeleição de Donald Trump, enquanto os democratas, pelas pesquisas eleitorais atuais, aumentam as chances de voltar a contar com a Presidência dos Estados Unidos, mesmo que não possuam equipe de políticos capazes de melhorar de forma substancial sua competitividade internacional nestes setores.
As desculpas que estão sendo utilizadas, como de espionagem nos desenvolvimentos tecnológicos, acabam soando como ridículas, mesmo porque muitos especialistas chineses foram treinados nos centros avançados dos Estados Unidos estimulados pelas autoridades locais, pois se esperava que os mesmos auxiliassem nestes processos. Parece que muitos alunos superaram seus professores, como é normal com o tempo. O atual governo de Donald Trump afirma que estas empresas chinesas poderiam continuar com suas atividades desde que seus acionistas controladores fossem norte-americanos. E já existem poderosos grupos entabulando negociações neste sentido.
Com as naturais operações das bolsas de valores e dos bancos e organizações similares no mundo acaba ficando difícil distinguir quem são os reais controladores das empresas, até porque existem empresas que utilizam paraísos fiscais que dificultam estas identificações. Noticiaram-se diversas pesadas multas pagas por consagradas instituições financeiras às autoridades de alguns países em operações identificada como irregulares, permitindo desconfiar que muitas outras não fossem detectadas, ou não havia interesse neste sentido. Lamentavelmente, este mercado não é composta de santos.
Os aliados tradicionais dos Estados Unidos estão sendo pressionados para arcar com parte dos custos que os norte-americanos têm mundo afora. No entanto, estes também continuam com interesses no mercado chinês, sendo de suas conveniências que mantenham um razoável equilíbrio.