Café do Vietnã Superou o do Brasil no Japão

19 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Nikkei Asian Review, aumento do consumo do café instantâneo no Japão, o Brasil que se cuide, o robusta do Vietnã superou o do Brasil | 2 Comentários »

Todos já sabiam que o Vietnã já era o segundo produtor de café no mundo, ultrapassando a Colômbia, apesar de não ser um fornecedor tradicional no mundo por muitas décadas. Agora, com o coronavírus, o Japão aumentou o consumo de café instantâneo, que utiliza o café do tipo robusta e o Vietnã superou o café brasileiro naquele mercado, segundo artigo publicado no Nikkei Asian Review e reproduzido no Valor Econômico. Espera-se que as autoridades brasileiras tomem medidas para manter o mercado japonês de café tipo arábica, mais nobre e destinado à produção do café tradicional.

O café do tipo robusta cotado em Londres, usado para a produção do café instantâneo, cujo consumo está aumentando no Japão, como consequência do coronavírus

O tipo de café robusta no Brasil é mais produzido na região do Estado do Espírito Santo, mas o que está acontecendo no Japão pode se repetir em outros mercados externos, para facilitar o preparo mesmo de café que não seja da melhor qualidade na própria residência. Também as cápsulas usam um blend de diversos tipos de café para proporcionar um sabor uniforme nas máquinas de pequeno porte usadas nos lares e não nos restaurantes ou estabelecimentos especializados em café.

É evidente que o mercado internacional de café é muito sofisticado e amplo, exigindo muitos tipos de produtos. Esta bebida é das mais utilizadas hoje em todo o mundo, apresentando particularidades com todas as demais, para atender às preferências dos consumidores. Mas, como regra geral, os preços estão se tornando mais importantes no mercado mundial, e os produtores brasileiros, além de se preocuparem com suas elevadas qualidades, necessitam dos volumosos consumos em cada mercado específico.

O Brasil não pode ficar restrito às glórias do passado, mas precisa atuar em novas frentes, usando as tecnologias que estão evoluindo, pois hoje o café é produzido do Estado de São Paulo ao norte, chegando até a Amazônia, como em Rondônia que dispõe de terras adequadas. Estas tecnologias não se restringem ao preparo das bebidas, como na produção agrícola e no preparo dos grãos, visando mercados que estão em intensas e constantes mudanças.

Além das conquistas de novos mercados para seus produtos, o Brasil precisa continuar a aperfeiçoar seus produtos tradicionais que já contam com reconhecimento como o café, ajustando-se às novas tendências que estão se criando.