Fazendo o Possível no Combate ao Covid 19 no Brasil
2 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: demandas dos infectados, ênfase nos testes, fazendo o possível voluntariamente, suprindo as limitações governamentais, telemedicina | 2 Comentários »
Além dos médicos e hospitais, muitos brasileiros estão se empenhando atualmente no que esteja ao seu alcance, voluntariamente, para minorar os assustadores danos que estão sendo provocados pela pandemia Covid 19 no Brasil. Nas muitas favelas nos grandes centros metropolitanos e até indígenas na Amazônia estão se organizando para fazer o que é possível, superando as limitações governamentais que não estavam adequadamente preparadas, como em muitos outros países, para algo tão devastador como a atual crise. Notadamente na velocidade de sua propagação e diversidade de suas facetas. Tudo indica, pelas informações disponíveis, que existem muitos tipos de vírus, sendo muitos deles aqui no Brasil. Autoridades se empenham também, mas ninguém esperava que os problemas fossem tão extensos e dinâmicos, a ponto de poder se afirmar que. mais de seis meses depois dos primeiros indícios desta doença, ainda conhecemos parte das dificuldades geradas pelo coronavírus que foi detectado inicialmente na China.
Imagens do Covid 19, segundo os especialistas
Mesmo nos intensos esforços mundiais para se chegar às vacinas eficientes, ainda haverá necessidade de muitos trabalhos científicos que demandam, naturalmente, tempo razoável para se chegar a resultados positivos. Tudo indica que estes vírus estão evoluindo, dificultando o seu combate. O que se informa é que estas vacinas tendem a atender somente a um percentual dos que as utilizam, não se sabendo ao certo o período pelo qual possuem validades, mas que parecem ser limitados, sugerindo que tenham que ser repetidas nas suas aplicações de tempos em tempos.
Parece existir razoável consenso que medidas preventivas são necessárias para a detecção precoce dos possíveis afetados, muitos assintomáticos, que evitem às contaminações de outras pessoas, chegando a muitos óbitos evitáveis. Dos muitos testes para tanto parecem destacar os chamados RT – PCR que retiram materiais das narinas e da garganta para constatar a presença de vírus. Ou os testes chamados Ig M e Ig G que indicariam presenças de anticorpos do vírus nos sangue retirado, no presente ou no passado, em prazos variados, sem que sejam totalmente precisos, necessitando de outros dados complementares, a critério dos médicos, para diagnósticos mais claros dos pacientes.
Na medida em que estes testes sejam generalizados no Brasil como em muitos países, parece razoável supor que maior número de pacientes sejam considerados portadores destes vírus, com gravidades diferentes, por contarem com outros problemas como respiratórios, diabetes, cardíacos, obesidade, idade etc. O que parece insuficientemente esclarecido para a população brasileira pelo uso da mídia é o que fazer quando os pacientes são diagnosticados, com os hospitais públicos com limitações para atender a todos, salvo as autoridades que contam com instituições especialmente voltadas para eles.
São abundantes as informações que muitos pacientes com coronavírus não conseguem o atendimento nos hospitais públicos que já estão sobrecarregados, chegando a muitos óbitos evitáveis. Ainda que os especialistas esperassem haver um pico dos dados de contaminações e óbitos, as liberações parciais e precoces dos isolamentos recomendados parecem provocar novas elevações dos afetados, além da possibilidade da repetição das contaminações, que ainda não estão claras, mas com fortes indícios de serem importantes. Muitos da população brasileira e de alguns países resistem a estes isolamentos, criando dificuldades adicionais para as autoridades responsáveis pelos seus controles. Discute-se no momento a volta das crianças e estudantes para as escolas, pois para eles o convívio com colegas faz parte do seu preparo para o futuro, além de deixarem seus pais sobrecarregados. Nem todos os professores estão adequadamente preparados para ministrarem aulas transmitidas eletronicamente a distância, ainda que existam casos eficientes, adaptados dos usados no exterior.
Os hospitais privados, mesmo os considerados filantrópicos e de elevada qualificação, apresentam custos com os quais nem todos podem arcar, até porque não se sabe quanto tempo os pacientes ficarão utilizando seus serviços. Os isolamentos nas suas residências também apresentam necessidades que implicam em custos, como as desinfecções das dependências e suas variadas formas, além do pessoal qualificado para assisti-los em todas as suas demandas. Sabe-se pouco sobre as ventilações adequadas destes locais, com notícias dos vírus no ar, inclusive nos esgotos das residências não utilizadas há muito tempo. Não há informações sobre as desinfecções eficientes destes muitos aparelhos, pois até os ares-condicionados não são regularmente limpos e capazes de eliminarem os vírus nas suas manutenções.
O que parece indispensável é fazer o que é possível, e não o que seria desejável teoricamente no Brasil, com acentuadas diferenças regionais. Algumas pessoas ficam psicologicamente afetadas com os isolamentos recomendados e já se contam com serviços de psicólogos voluntários, inclusive a distância, para ajudá-las. A telemedicina começa a ser mais utilizada no Brasil, havendo a possibilidade de se contar com alguns voluntários também para serviços mais simples. Similar ao que já se faz no fornecimento de alimentações e produtos de higiene, incluindo álcool gel, máscaras etc. para os mais necessitados da população brasileira, neste momento de grave crise, ainda que não seja para todos.
A angústia de muitos se devem à falta de informações de como precisam se comportar no quadro em que se encontram. Acabam-se fazendo ou não o que “ouviram dizer”, sem que se tenha uma base científica mínima desejável para tanto. Havendo uma entidade confiável para o fornecimento de informações básicas, tudo indica que já seria um passo a frente no combate a esta pandemia no momento atual.
Ainda parece prematuro estabelecer-se protocolos para as diversas situações, mas diversas tentativas para o combate precisam ser experimentadas, para que se torne possível selecionar os considerados mais eficientes e viáveis, dentro da atual situação brasileira.
Que belos artigos! Aprendo muito com o senhor!
Muito obrigado!
Ricardo
Caro Ricardo Soares,
Obrigado pelo comentário. Sempre temos muitas coisas para aprender.
Paulo Yokota